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Bairrada

As Caves Primavera, de Aguada de Baixo, arrebataram, no último sábado, dia 22, três dos quatro prémios do XII Concurso (26 Jun / 8:54)

Anadia

Primavera arrebatou prémios dos Melhores Vinhos da Bairrada

Pedro Fontes da Costa
pedro@jb.pt

As Caves Primavera, de Aguada de Baixo, arrebataram, no último sábado, dia 22, três dos quatro prémios do XII Concurso – “Os melhores Vinhos da Bairrada” – promovido pela Confraria dos Enófilos da Bairrada, que aproveitou a presença do secretário de Estado da Agricultura, Fernando Bianchi, para pedir a revisão das regras dos tintos que podem ser comercializados sempre com a denominação Bairrada.
A Confraria solicitou ainda ao governante que a região seja ouvida antes de nomeação do novo presidente da Comissão Vitivínicola.

Vinhos Primavera os grandes vencedores

Ao contrário dos anos anteriores, a Confraria dos Enófilos instituiu duas categorias de vinhos a concurso: tradição, que são vinhos que poderão pelas suas características ser comercializados com a denominação de origem controlada (DOC), e os vinhos inovação, que abarcam vinhos abertos a novas castas.
As Caves Primavera venceram na categoria dos vinhos tradição – tintos e brancos – e ainda no branco inovação. O melhor vinho tinto inovação foi ganho pela Sociedade Agrícola e Comercial dos Vinhos Messias.
Este último prémio foi pretexto, para que a confraria sugerisse ao secretário de Estado da Agricultura a necessidade de alterar as regras de denominação de origem controlada para os tintos, uma vez que este vinho, obrigatoriamente, tem que ter pelo menos 50 por cento da casta baga, pois só assim é DOC. Uma condição que já não se verifica nos brancos e que a confraria quer ver alterada.
Dores Simões, vogal da Confraria dos Enófilos da Bairrada, explicou que este é o exemplo de que um vinho, feito à base da casta “Touriga Nacional”, poderá ter igual ou superior qualidade ao feito com a casta baga. Estes vinhos são comercializados com o rótulo Beiras.

“Desrespeito pela nomeação”

Por sua vez, Fernando Amaral Gomes, presidente da Confraria, propôs ao secretário de Estado da Agricultura, “a redução dos custos de produção e menor burocracia, tendo em comparação os custos de outros países vitícolas, sem diminuir a fiscalização coerente assim como um acção breve, na restruturação vitícola”.
Já José Vigário, administrador da Sociedade Messias, alertou para o facto de que o vinho premiado não seja obrigado a integrar a marca Beiras. “Conseguimos atingir alguns objectivos de experiências de algumas castas da Bairrada”, reforçou José Vigário, que aproveitou a presença do governante para sugerir que a região seja conduzida por homens da Bairrada e não por “nomeados que vêm de cima”. “O recomendado seria a região encontrar o seu próprio representante para a Comissão Vitivínicola”.
O secretário de Estado da Agricultura garantiu que as propostas de alteração relativas aos vinhos DOC, “terão todo o acolhimento perante uma decisão colectiva e ponderada”. “Tenho conhecimento do desrespeito que existiu na nomeação feita pelo anterior Governo quando não houve qualquer auscultação”, acrescentou.
Relativamente à questão das castas, Fernando Bianchi recordou que “a denomição de origem é um património colectivo; por isso, toda a legislação que corre é resultados de ambas as partes”, acrescentando que “na semana passada foi proposta a alteração da legislação de algumas castas, o mesmo poderá acontecer às castas em questão, conforme nos foi proposto.
Fernando Bianchi, também ele viticultor, terminou por afirmar que “o Estado deve continuar a controlar, mas não deve ser um obstáculo ao sector.

Confraria infringe regulamento por lapso

Um lapso motivado pelo “desfalque” de vários elementos da Confraria, por motivos de saúde, acumulando-se com um atraso na tipografia, levou a Confraria a infringir o art. 5 do concurso que “garante a confidencialidade e a não publicação do nome dos concorrentes, com excepção dos que venham a ser premiados”. Ora isso, não aconteceu e logo após a entrega dos prémios foi distribuída uma carta que continha o nome de todos os concorrentes, o que criou um certo burburinho entre alguns concorrentes.
Amaral Gomes, presidente da Confraria, justificou ao JB que “tal se deveu a um mero lapso, que resultou da acumulação de uma série de situações que foram desencadeadas em simultâneo”, e, por isso, “resta-nos apenas pedir desculpas a todos os concorrentes”, ressalvando que “a divulgação dos concorrentes era uma prática habitual nestes concursos”.

(26 Jun / 8:54)