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Bairrada // Oliveira do Bairro  

GNR recolhe ao Quartel das Artes para a estreia nacional “Do Lado B”

“Do Lado B” é o mais recente projeto da banda GNR com estreia anunciada para Setúbal e Oliveira do Bairro (dias 26 e 28 de outubro). Esta nova aposta da banda nortenha, que andará nas salas do país até à primavera, promete ser muito especial, brindando os fãs com uma espécie de um lado B do mítico grupo de pop rock. Reininho e companhia chegam sábado para cantar “à sombra da Oliveira”, com os GNR a recolher ao Quartel… das Artes. Literalmente, e com o humor de Reininho, vincado nesta entrevista de antecipação ao espetáculo deste sábado.

JB: “Do Lado B” dos GNR, que projeto é este que chega em estreia a Oliveira do Bairro?
Rui Reininho: É um conjunto de músicas que, recorrentemente, as pessoas vão pedindo, algumas que nunca ouviram ao vivo. Pegamos numa série de músicas em ambientes diferentes. Ouvi dizer que o Quartel está à espera dos GNR. Isso é bom.
Temos que ser positivos, enquanto portugueses, não estar só a dizer mal de tudo e e de todos e se há mérito tem sido os auditórios que temos visitado neste país, com surpresas muito boas. Com este clima, e “com a Península inteira a chorar”, com chuva, nada melhor que recolhermos ao Quartel.

JB: Os GNR tiveram já bons ecos sobre a qualidade do Quartel das Artes?
Rui Reininho: Sim. Tivemos já boas referências, quer ao nível estético, quer acústico. São ambientes muito confortáveis, já vai longe a época dos pavilhões gimnodesportivos.

JB: Como surgiu a ideia de avançar com um espetáculo com lados B?
Rui Reininho: Este conceito, a ser estreado em Setúbal e em Oliveira do Bairro, é uma verdadeira estreia mundial [risos].

JB: Algum lado B especial da vossa carreira?
Rui Reininho: Há um estranho, pelo menos, que é “Avarias” do álbum “Independanças” que marca a minha entrada na banda e que não ficou assim na memória, mas essas escolhas eram, normalmente da editora, às vezes quase sem o nosso conhecimento. Mas houve uma série de singles com uns honrosos lados B, mas atenção, este espetáculo chama-se “Do Lado B” não só pelos singles mas sim também por músicas que não mereceram grande destaque, mas que nós gostamos muito.

JB: Temos aqui os ingredientes para conhecermos, também, o lado B dos GNR?
Rui Reininho: Exatamente. Temos, pelo menos, duas músicas que nunca tocámos ao vivo. É interessante, é o contrário do nosso método de há alguns anos, em que eram testadas ao vivo e depois gravadas.

JB: Vamos ter mais surpresas?
Rui Reininho: Neste caso, para levantar mais um pouco do véu, basta ler o livro [risos] e ver o que está no final. A resposta está lá. Gostamos de manter surpresas, até porque às vezes mudamos as coisas à última hora. Mas vamos ter essa estreia mundial à sombra da vossa Oliveira.

JB: Depois destas estreias, o projeto vai circular pelo país?
Rui Reininho: A partir daqui vamos ter uma interrupção porque vamos aceitar um convite do Casino de Lisboa, mas contamos até à Primavera avançar com uma série de espetáculos neste sentido.

JB: E Reininho tem um lado B?
Rui Reininho: Sim, tenho mas não quer dizer que seja um lado bom. Tenho um lado bom e tenho um lado “bau” [risos]. Mas ando a tratar-me.

JB: Por falar nisso, essas coisas de ser hipocondríaco já passaram?
Rui Reininho: Uma pessoa deixa de ser hipocondríaco quando finalmente fica doente [gargalhada]. Agora a sério, retomei uma série de iniciativas, estou a fazer “Tai Chi Chuan” – não quero chamar-lhe arte marcial – estou contente por ter regressado ao fim de alguns anos. Eu e o professor Marcelo – que como eu não dorme muito e por isso ainda o vou aconselhar para me acompanhar às seis da manhã – ainda nos vamos encontrar porque é muito interessante, porque nos faz esticar a corda.

JB: Reininho e GNR confundem-se. Já houve uma carreira a solo bem sucedida, mas será que os GNR podem sobreviver sem o Rui?
Rui Reininho: Se começaram assim… Ninguém é insubstituível, mas de facto tive a minha oportunidade e não quer dizer que não grave mais uma ou outra coisita porque há sempre solicitações. Com esta proveta idade é que posso dizer que comecei a trabalhar em pleno, ao contrário da reforma. Nunca pensei chegar a esta idade e ter tantas solicitações.

JB: Não pergunto quando regressam ao estúdio porque voces não saem de lá…
Rui Reininho: Nós temos o nosso estúdio, que é a nossa sala de ensaios, mas há mais de um mês que estamos a trabalhar numa ou duas coisas, agora se calhar de uma maneira mais pontual, não no sentido de fazer um grande disco mas fazer grandes músicas. Vamos ver se até ao fim do ano vamos ter alguma coisa pronta.

JB: Falámos de singles, lados B. Tens saudades do Vinil?
Rui Reininho: Tivemos o cuidado de editar o “Caixa Negra” em vinil. Eu gosto. E agora, chegado o outono, tenho uns velhos discos de vinil, gosto muito daquele quase crepitar de uma lareira. É mais quente.

JB: Vamos convidar os nossos leitores para sábado?
Rui Reininho: Vamos pois. Sábado, dia 28, no Quartel das Artes, podem contar com uma carga ligeira dos GNR, do Lado B.

João Paulo Teles
joao.p.teles@jb.pt