Completados quase 12 anos de mandatos como membro eleito da Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro, lamento concluir que a política de oposição no nosso concelho está em declínio.
Em queda institucional, em perda de valores, num autêntico tsunami de falta de capacidade de argumentação política, justa e coerente.
Permitam-me começar pelo fim, pelo último quadriénio, que dos dois primeiros pouco, ou mesmo nada de significativamente negativo há a falar.
Venho assistindo, nos últimos 4 anos, e cada vez mais com o aproximar do outono de 2025, a um aumento da incapacidade política da oposição, concretamente do lado mais representado da mesma, para argumentar com verdade, com ideias concretas e objetivas, com vontade de ajudar a impulsionar o concelho.
E é esta falta de argumentação política, ou mesmo de capacidade de argumentar, que se torna, no meu ponto de vista, grave.
O debate político, democrático, baseia-se na troca de ideias, na sugestão de caminhos, diferentes, e da conjunção dos mesmos fazer nascer algo de produtivo.
Não se baseia, pelo menos na minha forma de estar, na crítica fácil, doentia, repetitiva, do ‘nada foi feito’, sem qualquer tipo de argumentação válida que não seja a de, na minha ótica, conseguir votos com protagonismo negativo.
Assembleia após assembleia, cresce o uso da politiquice barata, de quem parece mais preocupado em conseguir votos, do que assegurar, com inteligência e astúcia política o verdadeiro interesse em respeitar e fazer acreditar quem os elegeu.
Não me revejo, por educação moral e cívica recebida, nesta forma de estar na vida, muito menos nesta forma de fazer política.
Não me identifico, nem por sombras, com o tipo de declarações ofensivas e inverosímeis de quem lidera o executivo e quem lidera a respetiva Assembleia de Freguesia de Oiã.
Estes basicamente, sessão após sessão, ‘sacodem a água do capote’ quando lhes pedem responsabilidades e culpam, caluniosamente, o executivo municipal pela falta, gritante, de capacidade que revelam em gerir a freguesia.
Sendo eles, os primeiros e únicos incumpridores, quando se lamentam, por exemplo, que o executivo municipal é rigoroso demais com eles aquando do fornecimento dos apoios.
Quando se queixam da eventual inexistência de obra em Oiã, afirmando que só há apresentações pomposas, entre outras inverdades, permitam-me elencar aqui algumas (uma pequena parte, digamos) das benfeitorias deste executivo camarário, em apenas 8 anos, quando a vila esteve, pelo menos os doze anteriores, votada ao esquecimento:
1 – Centro de Saúde de Oiã – iniciado
2 – Parque Verde de Oiã – concluído (sob fortes críticas do executivo da freguesia)
3 – Melhoria de infraestruturas/arruamentos na zona central – em curso
4 – Remodelação do espaço do parque subterrâneo (2 décadas depois) – iniciado
Tudo o resto são… politiquices.