Artigo publicado na Revista 500 Maiores Empresas da Bairrada 2025, do Jornal da Bairrada
Segundo o “Global Risks Report 2025 20th Edition” elaborado pelo World Economic Forum, temos como principais riscos globais os seguintes, por ordem decrescente de importância:
- Conflitos militares entre Estados; 2. Eventos climáticos extremos; 3. Desinformação e má informação; 4. Polarização das sociedades; 5. Recessão económica; 6. Mudanças extremas nos sistemas da Terra; 7. Falta de oportunidades económicas e desemprego; 8. Erosão dos direitos humanos e das liberdades cívicas; 9. Desigualdades; 10. Migrações involuntárias e forçadas; 11. Falta de recursos naturais; 12. Resultados adversos da aplicação dos mecanismos de Inteligência Artificial; 13. Ciberespionagem e guerras cibernéticas; 14. Crime e atividades económicas ilícitas; 15. Perdas de biodiversidade e colapso dos ecossistemas.
Também será interessante separar estes riscos entre o horizonte de dois anos e o de dez anos.
No horizonte de dois anos teremos: 1. Desinformação e má informação; 2. Eventos climáticos extremos; 3. Conflitos militares entre Estados; 4. Polarização das sociedades; 5. Ciberespionagem we guerras cibernéticas; 6. Poluição; 7. Desigualdades; 8. Migrações involuntárias e forçadas; 9. Confrontações geoestratégicas; 10. Erosão dos direitos humanos e das liberdades cívicas.
No horizonte a dez anos, teremos: 1.Eventos climáticos extremos; 2. Perdas de biodiversidade e colapso dos ecossistemas; 3. Mudanças críticas nos sistemas da Terra; 4. Falta de recursos naturais; 5. Desinformação e má informação; 6.Resultados adversos da aplicação dos mecanismos de Inteligência Artificial; 7. Desigualdades; 8. Polarização das sociedades; 9. Ciberespionagem e guerra cibernética; 10. Poluição.
Sobressaem nesta lista os eventos climáticos extremos, quer a dois anos, quer a dez anos. Considero tal uma hipersensibilidade criada nas opiniões públicas por um poderoso lóbi climático organizado à escala mundial.
Se se consultasse as bases de dados existentes sobre eventos climáticos, constatava-se que esses eventos não têm aumentado de frequência à escala mundial. Só que estando o mundo mais povoado, há eventos desses que provocam mais impactos em vidas humanas do que antigamente. Por outro lado, com o avanço espetacular dos sistemas de informação e comunicação, qualquer evento é logo difundido à escala mundial, coisa que dantes não acontecia. Mas pertinentes num horizonte a dez anos são as preocupações com a biodiversidade e o colapso dos ecossistemas.
Compreensíveis no atual contexto os riscos das confrontações geoestratégicas e as preocupações com as guerras entre Estados, de que são exemplos a agressão da Rússia à Ucrânia, o conflito em Gaza e a guerra Irão-Israel, agora com a entrada direta dos EUA e a ameaça de disparo dos preços do petróleo.
A inflação, que foi um flagelo num passado recente, aparece hoje relegada para um nível secundário mas certamente as tarifas de Trump, com as incertezas provocadas a nível mundial, refletem-se nas preocupações sobre a situação económica.
Também se sentem as preocupações quer sobre efeitos adversos da aplicação das novas tecnologias, designadamente da Inteligência Artificial, quer com as guerras no ciberespaço.
Também compreensíveis as preocupações com os atentados aos direitos humanos e às liberdades cívicas. E também as preocupações com as migrações involuntárias e forçadas num cenário de crescentes desigualdades sociais e económicas entre os EUA, União Europeia e os países vizinhos.
No caso português, as guerras, embora fisicamente não nos atinjam, acabam por impactar as nossas finanças públicas, pois vai ser necessário aumentar as despesas militares no quadro da NATO. E o aumento dos preços do petróleo é outro risco que corremos.
A nossa economia está, felizmente, com equilíbrio orçamental, equilíbrio externo e equilíbrio interno sem desemprego. Importa promover o aumento da produtividade e da competitividade das nossas empresas, saber gerir com a adequada regulação os fluxos migratórios para fornecer a mão de obra que as empresas necessitam e apoiar as empresas numa diversificação das suas exportações para mercados asiáticos e da América Latina, face às ameaças levantadas pela política protecionista das tarifas americanas.
Parceria Região de Leiria/Jornal da Bairrada. Artigo publicado em julho de 2025
