Numa época em que parece ser regra a promoção da polarização em detrimento da moderação e em que as aparências parecem valer mais do que os factos, importa desmistificar narrativas e clarificar conceitos.
Uma das narrativas muito em voga e propalada sobretudo pela esquerda é aquela que apelida a Iniciativa Liberal de radical e alheia à sensibilidade social.
Como qualquer narrativa que se preze, também esta tem as suas ferramentas – os “papões liberais”!
A ideia segundo a qual a IL é um partido radical não poderia estar mais longe da verdade. De facto, o que defendemos não é “inventar a roda”, mas antes a implementação de uma visão reformista, assente nas liberdades individuais e em políticas económicas de eficácia comprovada em diversos países.
De facto, Países Baixos, Irlanda, Estónia, Suíça, são, em graus diferentes, prova de eficácia das políticas liberais, tanto assim que a Estónia já nos ultrapassou em PIB per capita e os restantes 3 países são exemplos de prosperidade e destinos preferenciais da emigração dos nossos jovens qualificados.
Quanto aos “papões liberais”, é importante fazer uma clarificação:
A IL não quer acabar com o SNS, antes criar um Sistema Universal de acesso à Saúde que utilize toda a capacidade instalada no país e sirva, com qualidade e celeridade, os cidadãos.
O que temos hoje é um SNS que quase duplicou o seu orçamento nos últimos 10 anos e continua a não dar resposta satisfatória aos utentes. O que temos hoje são cerca de 1.5 milhões de portugueses sem médico de família e cerca de 4 milhões que, apesar de pagarem impostos, se veem “obrigados” a pagar seguros de saúde!
Não queremos criar uma educação para ricos e outra para pobres. A paternidade dessa criação pertence aos governos socialistas.
O que advogamos é que cada encarregado de educação possa escolher em que instituição de ensino quer colocar o seu educando; que as escolas tenham autonomia reforçada, inclusive ao nível da contratação de docentes, assim como na definição de currículos e métodos pedagógicos.
A IL não quer acabar com a Segurança Social, antes reforçá-la por via do reforço da sua vertente de capitalização e do crescimento económico.
Na verdade, o que temos hoje é uma situação em que tudo é “gratuito”, mas nada funciona. Neste cenário, sim, há uma diferença entre quem pode recorrer a serviços de qualidade e aqueles que não têm alternativa senão recorrer a serviços públicos mal geridos e decadentes.
No fim do dia, não importa a dicotomia esquerda e direita. Não importa se os serviços são financiados e/ou prestados por setor público ou privado.
O que verdadeiramente conta é a liberdade de escolha dos cidadãos, a metamorfose de um “Estado papá” num Estado curto e eficiente, assim como a descentralização do poder de decisão para junto das pessoas.
Isto sim são “papões”… para os partidos estatistas que nos têm governado.