A vida dos homens devia, é certo, pautar-se sempre na verdade, mas em tudo e com todos. Só ela, a verdade, pode trazer tranquilidade e segurança ao convívio humano universal.
Bem sabemos, e não é precisa grande imaginação, que tal realidade se quedará numa mera utopia e, por isso, desprovida de sinceridade ou abertura em segurança para tudo e todos.
Os frequentes apelos à concórdia assomam dos quadrantes mais díspares da Humanidade, porém, encontram exígua adesão à escala global. Não é que seja desnecessário, mas, certamente, os próprios humanos parecem estar muito pouco interessados na boa ordem e harmonia entre povos, mais vizinhos ou afastados. A venda de armas de qualquer jaez continuará a ser a bitola para o desenrolar de conflitos mortíferos.
Todos os dias, e de múltiplas proveniências, somos metralhados com as diversas notícias ou observações da derrocada moral naquilo que diz respeito à fraternidade no mundo inteiro.
Mas, como exigir dos outros se até nos ambientes mais simples e quase familiares surgem, constantemente, desaguisados e escaramuças entre pessoas e grupos e que se alongam e transformam, de imediato, em autênticas guerras sem controle nem tino. E assim testemunhamos um recrudescer de insatisfações, inseguranças, ambições descabidas, ódios, matança. Tudo isto alastra pelo mundo das nações, não pagando portagem nem alfândegas, mas que redunda numa total destruição irreparável.
O desequilíbrio anímico a que assistimos, presentemente, conduz-nos à interrogação inevitável e constante sobre o que está a acontecer sem se vislumbrar um final. Porquê?
Muitas são as personalidades nos países em mutações frequentes, quiçá exigíveis, que se envolvem num permanente alvoroço, entre acusações insensatas e injustas ou talvez não. Em muitas supostas eleições de bastantes países alguns candidatos são torpedeados com denúncias sobre falcatruas de que terão sido protagonistas na sua vida comum, social ou até familiar.
Todavia, todos procurarão desviar-se dessas acusações com ameaças de vária ordem que, bem cedo, são arquivadas no silêncio do pó da cobardia.
Porque não se propõem tais conceitos ou conhecimentos em tempo devido de modo a que os suspeitos não venham, a breve trecho, pôr a perder as espectativas então falhadas porque não denunciadas a tempo e no sítio adequados?
Nas campanhas eleitorais não se olha a meios para que os fins sejam alcançados, pise-se quem se pisar.
Nestas ocasiões não há lugar à cordialidade de diálogo fraternal porque a suplantam a deslealdade, a inveja, a ambição desmesurada do poder e glória. Por que motivo só nalguns instantes tão cruciais boiam à tona os desmandos de indivíduos que nunca serão punidos nem tomarão emenda? E por quê eleger aqueles a quem são apontadas tantas nódoas sociais, morais e económicas e nem sequer se prontificam a retractar-se?
Razão para minha mãezinha sempre dizer: «Vai-te mundo, cada vez mais, a pior».
Texto escrito ao abrigo do anterior acordo ortográfico, por vontade expressa do autor