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Manuel Armando

Padre

Será o mundo assim tão negativo?!

É bem verdade que há, nestes tempos presentes, um nervosismo constante que vai aumentando a olhos vistos, imparável.

Avaliando e até comparando estes nossos dias com os tempos de antanho, ficamos abismados e obcecados diante da enorme e palpável diferença que se experimenta contra a vontade pública, é evidente, em tudo quanto, hoje, nos é dado observar, mesmo encarcerados numa geração muito peculiar, – a nossa.

Cada época expressa e faz viver o seu tom próprio com as formas particulares de ser, locais e também das civilizações construídas pelos homens e comunidades que vão progredindo.
Não se pode viver sempre com as mesmas coisas à mão, e até problemas habituais sem substituição e transformação. Por isso, não vale a pena a lamúria humana constante.

A verdade é que o homem, consoante vai crescendo na técnica e sabedoria, deverá aceitar, inteligentemente, o seu encargo de trabalhar para a consecução de um fim em vista que tenda melhorar o seu “modus vivendi” e, assim, se construa, na realidade, um mundo mais fraterno e respeitoso. Dizem não valer a pena malhar mais no ferro frio, mas não se aceite esse gesto negativo cobarde.

O agir humano poderá corresponder a um cuidadoso desenvolvimento progressivo nos valores morais, espirituais, naturais ou sobrenaturais, – para quem acredita -, de modo que a sociedade se vá depurando.

Todavia, observa-se claramente o contrário. As comunidades descaem para o absurdo de um qualquer exercício suposto que não respeita nada nem ninguém.

O bem ou o mal propagam-se de forma interminável e quase irremediável. E, aqui, toma a supremacia, precisamente, aquilo que é mais negativo.
Assustamo-nos com a maneira como se criam ambientes funestos a lutarem contra os valores humanos que haveriam de ser vividos em todas as suas dimensões, sem proibições, limitações ou ataques bélicos. É certo que o Homem foi criado livre, mas, hoje, ele se guerreia a si mesmo e calca a sua própria liberdade, pois se deixa seduzir pelas forças do mal e procura, quiçá inocentemente, pô-lo em prática.

É impressionante como os diversos meios de Comunicação Social ocupam longos minutos a dar ênfase desmesurado ao anúncio da destruição que alastra por todas as latitudes e sonega o bem que, sempre e em todo o lado, é posto numa laboração fecunda.

Parece ser obrigação comum os agentes noticiosos enveredarem pelas notícias negativas e mórbidas a espicaçarem as curiosidades dos incautos que, não se defendendo, ainda mais desprezam a gravidade e justeza de tais comunicações. São largos períodos a expelirem as chamas da crueldade humana que quase fazem embrutecer os nossos espíritos, porquanto, por vezes, já não se dão ao trabalho de destrinçar entre o falso e o verdadeiro, ou, pelo menos, de propor livremente uma dúvida legítima sobre a precisão de tudo quanto é pronunciado.

Nem todas as coisas serão tão derrotistas, mas convenhamos que muitos dos tais meios noticiosos extravasam o sensacionalismo barato com um único fito que é a venda do papel.
Urge forçosamente esmiuçarmos as novidades e a sua autenticidade para que cada um no mundo enverede por caminhos de libertação, calma e bem-estar.
Busquem-se os afazeres positivos e a vida ir-se-á tornando mais serena, justa, comprometedora e compreendida.