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Ciclismo // Desporto  

Bairradino Nelson Oliveira arranca para a 17.ª “grande Volta” da carreira

O ciclista de 33 anos, natural de Vilarinho do Bairro, Anadia, não vai perder as oportunidades que surjam de ir para a fuga e, quem sabe, ganhar uma etapa da 77.ª edição da Vuelta.

O ciclista Nelson Oliveira parte esta sexta-feira para a 17.ª “grande Volta” da carreira, e a oitava Vuelta, competindo em Espanha, casa da sua equipa, a Movistar.

Depois do 52.º posto no Tour deste ano, Nelson Oliveira volta à Vuelta, corrida onde tem um dos pontos altos da carreira.

Em entrevista à agência Lusa, o ciclista de 33 anos, natural de Vilarinho do Bairro, Anadia, avança que o foco da prova está em trabalhar para o líder, o espanhol Enric Mas, mas sem descurar “oportunidades” de ir para a fuga e, quem sabe, ganhar uma etapa.

A 77.ª edição da Volta espanhola começa esta sexta-feira, dia 19, fora de portas, em Utrecht, nos Países Baixos, e termina no dia 11 de setembro em Madrid. Ao todo, o pelotão cumpre uma distância de 3.280,5 quilómetros divididos em 21 etapas.

“O objetivo é chegar a Madrid [na 21.ª e última etapa], como em todos os anos. Depois, trabalhar para os líderes. Em princípio, terei algumas oportunidades de entrar numa fuga e tentar a minha sorte, e porque não vencer uma etapa? Esperemos que isso aconteça. O principal objetivo é estar com o líder, o resto será indo dia a dia”, resumiu, em entrevista à agência Lusa.

Em 2015, uma vitória em etapa em Tarazona consagrou-o como o sétimo luso – e o último até aqui – a vencer uma etapa na Volta a Espanha, então com uma fuga a 20 quilómetros da meta, acabando depois a corrida no 21.º posto.

Se Enric Mas, “vice” em 2018 e 2021, é o líder para a geral, a Movistar encerra uma das principais narrativas da 77.ª edição da última “grande Volta” do calendário velocipédico.

Trata-se da despedida de Alejandro Valverde, um dos principais nomes da modalidade nos últimos 20 anos, que aos 42 anos já anunciou que vai deixar o pelotão.

“Saber que estou na última corrida dele em Espanha, antes da retirada do ciclismo… como companheiro, é óbvio que fico orgulhoso por estar aqui, ao lado dele, e poder ajudá-lo na sua última corrida”, refere o português.

Para Nelson Oliveira, poder estar ao lado de “Bala” dá-lhe “bastante gosto”, até porque o luso é outro dos nomes mais experientes da “telefónica”: corre pelos espanhóis desde 2016, tendo contrato até 2023.

“Deu-me gosto trabalhar com ele, principalmente correr com ele e ser seu companheiro de equipa, poder aprender alguma coisa com ele”, admite.

Em ano em que a União Ciclista Internacional (UCI) vai aplicar, com efeitos em 2023, o sistema de descidas de divisão no WorldTour, a Movistar, uma das mais antigas formações do principal escalão do ciclismo, tem “derrapado” para os últimos lugares, arriscando-se a perder a licença.

Esta situação “não mexe na preparação”, considera o português, especialista em contrarrelógio, mas coloca “alguma pressão”.

“Somos profissionais e queremos que as coisas corram bem. Infelizmente, estamos a passar este mau bocado, mas esperamos ultrapassar isto, fazer uma boa Vuelta e pôr isso de parte. Não é fácil, mas cá estaremos”, declara.