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Bairrada // Vagos  

Festas de Vagos custaram 50 mil euros

Com o arraial no pinhal de S. João, à tarde, e o espectáculo teatro-musical com os ÓKTRUP (de que faz parte Luís Portugal, ex-JaFumega), e a actuação do grupo FAX, à noite, terminaram na terça-feira (25 Maio)  as festividades em honra do Divino Espírito Santo e Nossa Senhora de Vagos.
Cinco dias de festa, que trouxeram à sede do concelho nomes sonantes do panorama artístico nacional. David Fonseca foi “cabeça de cartaz”. Tido como um dos melhores intérpretes da actualidade, o autor de “Between Waves” encheu o auditório do centro histórico de Vagos com o seu concerto “intimista”, tendo preenchido, com o grupo TV5, a noite de domingo para segunda.
Na segunda-feira, Dia do Município, as atenções estiveram centradas no Santuário de Nossa Senhora de Vagos, que acolheu a peregrinação dos devotos de Cantanhede. A eucaristia foi presidida por D. António Francisco Santos, Bispo de Aveiro, que concelebrou com alguns padres das dioceses de Aveiro e Coimbra.
Entre a assistência encontrava-se o presidente da Câmara de Cantanhede, João Moura, tendo a autarquia de Vagos estado representada por quatro vereadores, um dos quais do Movimento Vagos Primeiro.
As festividades, cuja organização foi entregue pela Câmara Municipal à empresa Mega Produções, pela segunda vez consecutiva, por não ter surgido a habitual comissão para as realizar, obrigaram a autarquia a um esforço financeiro “muito maior”, como referiu a vereadora do Pelouro da Cultura.
As razões prendem-se, segundo Cláudia Oliveira, com o facto de Vagos ser “cada vez mais um dormitório de gente, que não se identifica com a terra”. Tal tem impedido que surjam comissões, dispostas a fazer o tradicional “peditório porta a porta”, o qual seria complementado com um subsídio “chorudo”, por parte da autarquia.
Por outras palavras, a sede do concelho, contrariamente ao que sucedia há 10-15 anos, passou a ter “constituição social diferente e mais heterogénea”, inviabilizando a união das pessoas e formação de comissões.
Apesar de ainda não terem sido publicadas as contas, o evento deste ano terá custado à Câmara cerca de 50 mil euros. Há duas semanas, a autarquia vaguense tinha gasto idêntico montante com a realização da “Semana Cultural” – o que, em tempo de crise, pode parecer exagerado para uma autarquia que não é propriamente rica…
Ouvida por este jornal, a vereadora da Cultura defendeu que a junção temporal de ambos os eventos não traria vantagens. “Trata-se de dois eventos distintos: as festas a vila têm uma vertente lúdica e religiosa muito fortes, enquanto a semana cultural está mais ligada à educação”, explicou Cláudia Oliveira, argumentando que era “querer fazer muita coisa em tão pouco tempo”.
Eduardo Jaques/Colaborador