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Desporto // Futebol  

Concentração e rigor dão subida ao OBSC

Num estádio cheio e com um ambiente fantástico, apesar da chuva e da trovoada que se fez sentir durante a partida, só faltaram os golos para o Oliveira do Bairro coroar uma excelente exibição, sobretudo na segunda parte, no seu regresso à 2.ª Divisão, um ano após a descida ao terceiro escalão.
O jogo foi intenso, de muita emoção dentro e fora das quatro linhas. Ao Oliveira do Bairro chegava um empate para atingir o seu objectivo, enquanto o Académico de Viseu precisava de ganhar. As estratégicas foram muito diferentes. O Oliveira do Bairro revelou grande concentração, apesar de ter falhado uma grande penalidade no início da segunda parte, muito rigor nas suas acções, acabando apenas por falhar no capítulo da finalização.
Por seu turno, o Académico de Viseu só em situações esporádicas é que criou perigo, muito pouco para quem queria ganhar.

Controlo. O Oliveira do Bairro entrou com tudo no jogo, e logo no primeiro minuto, podia ter inaugurado o marcador, mas Paulo Freitas, com uma grande defesa negou o golo a Hugo Paulo.
O domínio foi avassalador até aos primeiros dez minutos. Depois, o Académico de Viseu equilibrou e teve mais iniciativa a partir do primeiro quarto de hora.
A ansiedade nunca toldou os movimentos aos jogadores bairradinos, que viram o perigo rondar a sua baliza aos 17 minutos, quando Ricardo se preparava para ficar isolado, mas falhou a recepção da bola devido ao relvado escorregadio.
Aos 32 minutos, num contra-ataque rápido dos viseenses, Zé Bastos falhou a intercepção da bola à boca da baliza, após assistência de Luisinho.
Nada disto assustou os Falcões do Cértima, que tiveram sempre o controlo do jogo, onde cada jogador soube sempre o que fazer à bola e quais os passos que teria de percorrer.
Perto do intervalo, Hugo Paulo, após livre de Dany, teve excelente ocasião para marcar, mas cabeceou sobre a barra da baliza de Paulo Freitas.

Determinados. A segunda parte começou com uma grande penalidade a favor do Oliveira do Bairro e que deixou muitas dúvidas, assinalada por indicação do auxiliar do lado da bancada, por uma eventual mão na bola de Ricardo. Pedro Almeida, chamado a converter, não conseguiu transformar em golo, com Paulo Freitas a defender com os pés, para desespero dos adeptos bairradinos.
E num jogo de nervos e onde ninguém podia falhar, o Oliveira do Bairro não vacilou e ganhou claro ascendente ofensivo, dominando por completo o seu adversário. Na sequência de dois livres, Rui Beato e Hugo Paulo, aos 54 e 60 minutos, estiveram muito perto do golo.
Aos 62 minutos, num contra-ataque iniciado em Leandro; Rato centrou para a área e, Luís Barreto, de cabeça, falhou um golo quase certo. Minutos depois, Alexis fugiu pela direita e serviu Paulo Costa, com o seu remate a ser defendido por Paulo Freitas.
Na bancada, após tanto desperdício, os adeptos bairradinos temiam que um lance fortuito por banda do Académico de Viseu mudasse o rumo do jogo. Nada disso aconteceu, pois a equipa viseense revelou grandes dificuldades em jogar no último terço do campo, e apenas criou um lance de perigo, aos 75 minutos, com um centro/remate de Luisinho.
O mérito foi também dos jogadores do Oliveira do Bairro, que em nenhum momento acusaram a importância do jogo, e souberam neutralizar com mestria as investidas do adversário.
Apesar das dúvidas, Raul Valega assinou um trabalho regular.

Manuel Zappa