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Anadia // Bairrada  

Centro Social da Poutena aposta no crescimento sustentado

O Centro Social, Cultural e Recreativo da Poutena celebra, no próximo domingo, dia 9, 30 anos de existência.
Em três décadas, aquele que começou por ser um pequeno espaço (bar) onde a população se reunia para confraternizar, transformou-se numa das maiores instituições de solidariedade social do concelho de Anadia.
“Somos uma instituição com história: temos passado, presente e futuro. E este passará pela reestruturação do Centro de Dia, do Apoio Domiciliário e alargamento de Lar”, diz Vera Neto, directora técnica da instituição, dando conta ainda da reactivação da secção desportiva: “o Sporting Clube da Poutena estava com a actividade suspensa e agora tem em actividade uma equipa de futebol (benjamins). “São 25 crianças que treinam duas vezes por semana no antigo campo de futebol da Poutena sob orientação de Carlos Costa, fisioterapeuta da instituição”, sublinha.
Hoje, o Centro Social tem respostas sociais direccionadas para todas as faixas etárias, mas a Creche (inaugurada em Setembro de 2007) e o Lar (inaugurado em 2008) são a sua imagem de marca.
Fernando Pereira, presidente da direcção, faz, por isso, um balanço extremamente positivo destas três décadas ao serviço da população, com a qual a instituição possui excelentes relações. De resto, uma população atenta e solidária que sempre apoiou a instituição, sobretudo nas suas horas mais difíceis. E porque os tempos são de crise e de dificuldades, também o Centro Social se ressente da conjuntura. Daí o apelo à solidariedade de todos: “gostaríamos de poder continuar a contar com o apoio generoso de voluntários que nos dão, por exemplo, vários géneros alimentares”, diz-nos Fernando Pereira, que reconhece que este tipo de ajuda mostra o carinho que a população tem pela instituição.
“Temos uma óptima relação com a comunidade, mas em tempos de crise as dádivas diminuem”, diz, sublinhando ainda que alguns géneros chegam ao Centro pelas mãos de alguns idosos e da animadora cultural, que tratam e mantem a pequena horta que, para além de funcionar como uma teparia ocupacional é, em simultâneo, uma mais-valia para a instituição.
Aquele responsável recorda mesmo que foram três décadas de crescimento e evolução: “na década de 80, desenvolvemos a parte cultural, na década de 90 o social e a partir de 2000, avançámos para o alargamento da parte social com novas respostas à comunidade”.

Dificuldades financeiras. Hoje, as dificuldades financeiras são a maior dor de cabeça e só uma gestão rigorosa permite equilibrar as receitas e as despesas. “Temos dois empréstimos na banca. Para a Creche e para o Lar foram pedidos 500 mil euros e ainda devemos bastante dinheiro”, avança Fernando Pereira, dando conta que, para angariar verbas, a instituição vai promovendo iniciativas de vária ordem, “mas a crise financeira afecta o bolso de todos e sabemos que as pessoas não conseguem ajudar a instituição como gostariam”.
Por isso, já foi equacio-nada uma ida aos EUA, onde a comunidade emigrante tem sido muito generosa com a instituição. “Temos lá e na Venezuela muitos e bons amigos, mas para eles os tempos também não estão a ser fáceis”, diz, admitindo também que para alguns utentes e famílias se tornou difícil manter o pagamento das mensalidades em dia, enquanto que os encargos mensais não param de aumentar. “Assistimos a uma mudança geracional, de mentalidades e comportamentos. Hoje, a qualidade dos serviços prestados é um ponto fulcral da instituição e as pessoas já exigem muito mais de nós”, acrescenta Vera Neto.
Neste momento, a Creche é frequentada por 25 crianças até aos 3 anos, tendo ainda 19 crianças em ATL e 27 em CAF.
Na terceira idade, a instituição tem 30 idosos em Lar, 50 em Centro de Dia e 35 em Apoio Domiciliário: o mesmo é dizer que a lotação está esgotada e as listas de espera, sobretudo para Lar, são longas.
Em três décadas, a instituição tornou-se um dos principais empregadores da freguesia. Aqui, trabalham diariamente cerca de meia centena de pessoas. Daí que em desenvolvimento esteja também uma candidatura ao nível de formação para pessoal interno (POPH, medida 3.2 – Gestão e Aprefeiçoamento Profissional) por forma a avançar com a certificação de qualidade.
O Centro Social tem ainda a funcionar a secção Cultural (teatro) que já teve melhores dias, a secção recreativa (Jazz) que movimenta 50 jovens e adultos e a desportiva (motocross).
A comemoração do 30.º aniversário será simples porque os tempos são de contenção de custos, mas a direcção tem um desejo: ter a casa cheia, o mesmo é dizer cerca de 250 a 300 pessoas, número expressivo e que muito ajudaria a instituição.

Aniversário
Dia 9 de Outubro
12h – Missa solene na instituição
13h – Almoço-convívio
Tarde de animação
Sócios: 12,50 euros;
Não-sócios: 15 euros;
Crianças a partir dos 6 anos: 7,50 euros.

Catarina Cerca
catarina@jb.pt