Assinar
Anadia // Bairrada // Sangalhos  

Sangalhos: Cão salvo de “ratoeira” a céu aberto

Um labrador, cego desde cachorro, já com seis anos, foi salvo, ao final do dia de domingo, depois de ter estado quase sete horas desaparecido, em Sangalhos.
O cão pertence a Sérgio e Anabela Aidos, residentes em Sangalhos. O casal não ganhou para o susto e foi grande a aflição que passou no último domingo.
Tal como faz habitualmente, Sérgio Aidos saiu de casa, pela manhã, com quatro cães de caça para uma zona de campo de treino para cães, existente perto da Etar de Sangalhos. Sem que se tivesse apercebido, o labrador, de nome Scootex, foi atrás, sem que os donos dessem conta.
Depois de uma manhã fora de casa, foi quando regressou, por volta da hora do almoço, que deu conta de que o labrador não estava em casa e que só poderia ter ido atrás dos outros cães.
O casal correu tudo à procura do animal. Seguiram-se várias horas de busca e aflição, por saberem que o cão é cego e por ter a particularidade de quase nunca ladrar.
“Fomos para o sítio onde tinha andado com os cães toda a manhã, corri todas as caixas de saneamento que não tinham tampa e não vi nada”, disse-nos Sérgio Aidos ainda mal refeito do susto. Ao local regressou mais uma vezes, mas só ao final do dia, pelas 18h, é que espreitando novamente de caixa em caixa (todas há mais de um ano sem tampa e sinalizadas apenas com fitas) é que viu o cão, lá no fundo, numa das caixas, a uns quatro metros de profundidade.
O salvamento do cão, que se encontrava bastante assustado foi feito com uma escada e um lençol.
O animal apresentava algumas escoriações apenas, tinha fome, sede e estava muito cansado.
Sérgio Aidos admite que foi uma sorte tê-lo encontrado e sem ferimentos de maior, ainda que não perceba como é que a autarquia permite que as caixas de saneamento estejam há mais de um ano sem tampa. “Sei que as tampas são furtadas, mas é preciso colocar ali novas tampas ou dar uma solução ao problema. Hoje foi o meu cão que ali caiu, amanhã pode ser outro, de outro caçador ou uma criança. E depois de quem é a responsabilidade?”, questiona-se, lamentando que estas ratoeiras perigosas estejam há tanto tempo assinaladas apenas com fitas.

CC