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Anadia // Bairrada  

Capítulo dos Enófilos da Bairrada comemora espumante e entroniza um dos maiores produtores de “cava”

O professor universitário e produtor de cava (vinho espumante espanhol), Jaume Gramona Martí foi, no último sábado, entronizado confrade de honra no 37.º Grande Capítulo da Confraria dos Enófilos da Bairrada.
À semelhança das outras edições, o Palace Hotel do Buçaco acolheu a cerimónia, que entronizou ainda como confrades de mérito, três brasileiros e sete novos confrades.

Capítulo celebra espumante. Uma noite inteiramente dedicada ao espumante na medida em que a Bairrada está a celebrar os 125 anos do início da produção de espumante na região.
Por isso, o presidente da Confraria, Fernando Castro, destacou a noite de confraternização e de convívio em torno do espumante (que acompanhou todos os pratos do jantar). Na ocasião, diria que para além do natural convívio entre todos os confrades, a noite celebrava o espumante.
“Neste setor, podemos ser concorrentes e ter ideias díspares, mas devemos, porque é salutar, discuti-las e que no final as soluções convirjam para o referencial que nos interessa”, defendeu Fernando Castro.

Desafios à Câmara de Anadia. Na hora dos tradicionais discursos, pelos velhos confrades, falou Eduardo Natividade de Jesus que, durante vários anos, esteve ligado à Bairrada profissionalmente e enquanto deputado da Assembleia Municipal de Anadia.
Falou da cultura da vinha na Bairrada desde os primórdios da nacionalidade, debruçando-se mais demoradamente sobre a história da Confraria dos Enófilos que teve como grande impulsionador Luiz Costa, das Caves São João. Eduardo Natividade realçou ainda que a Bairrada tem sabido acompanhar a evolução técnica, administrativa, económica e legislativa da fileira, mas também a forma “dinâmica e discreta, mas de constante evolução com que tudo vai acontecendo nesta região”.
“Essa singular maneira de estar resulta da comprovada e singular proximidade e união entre todos os agentes participantes da fileira económica regional”, disse, realçando a importância que a Estação Vitivinícola da Bairrada, a Comissão Vitivinícola da Bairrada e a Confraria dos Enófilos da Bairrada representam: “são a tripeça da qualidade” que deverão “continuar a ser a base coordenada de todas as ações em prol da evolução e afirmação da Bairrada no contexto nacional e internacional.”
Neste importante encontro deixou alguns desafios, sobretudo à Câmara Municipal de Anadia, ali representada pela edil Teresa Cardoso: “possibilitar que o riquíssimo espólio da Biblioteca da Estação Vitivinícola da Bairrada possa ser colocada à disponibilização dos munícipes; que se lance mão da criação em espaço adequado e condigno do Museu do Espumante tendo como enquadramento Anadia Capital da Bairrada”, isto, claro, tendo em conta todo o trabalho já desenvolvido pela autarquia nesta área: comemoração dos 125 anos da produção de espumante na Bairrada; registo da marca Anadia Capital do Espumante; criação da Rota da Bairrada; criação do estilo Baga Bairrada e da entrada no guiness com o maior brinde de espumante do mundo, no âmbito da edição de 2013, da Feira da Vinha e do Vinho de Anadia.

Catarina Cerca

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