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Anadia // Sociedade  

Da Yé Yé à bicicleta elétrica

“A Rua do Comércio, em Sangalhos, ficava repleta, com centenas e centenas de bicicletas. As pessoas dali iam para o campo, agarravam um molhado de couves que colocavam no suporte, se levavam um filho punham-no em cima das couves e ainda traziam um saco de batatas no próprio quadro da bicicleta! Era assim.”

José Maria Gonçalves recebe-nos na AJ Maias, onde todos os dias se fabricam 3 mil bicicletas. Um número que leva o empresário de 80 anos – quase 81, frisa! – a recuar no tempo. Viajamos à década de 70/80 e estacionamos na Sangal, empresa que herdou o nome da capital das duas rodas e na qual se faziam quadros e se montava a famosa bicicleta Yé Yé, cujos travões de alavanca e a pauta de música exibida no quadro não deixavam enganar.

“Isto mudou radicalmente. Para fabricar estas mesmas 3 mil bicicletas, demorávamos um mês, um mês e meio. Fazíamos a bicicleta Yé Yé com marca personalizada, para cada cliente”, apontando exemplos um pouco por todo o país e dos quais sobressai o nome de António Sousa Vela, sangalhense que montou os Armazéns Siera, que perduram na Av. Abílio Pereira Pinto, em Oliveira do Bairro, até hoje.

Recuamos um pouco mais, para contar a história do homem que nasceu na Guarda e com nove anos rumou à Venezuela. “Fui cobrador de bilhete nos autocarros com 12 anos. Mas o nosso ramo era padaria e supermercado e também tínhamos autocarros”, conta.

Esta reportagem faz parte do Especial “Museu Duas Rodas”, que pode ler na edição de 1 de julho do JB