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Aveiro

As 300 toneladas de lixos domésticos produzidas diariamente na Região Centro (10 Mai / 10:06)

Região Centro

Lixos domésticos podem produzir energia

As 300 toneladas de lixos domésticos produzidas diariamente na Região Centro podem passar a ser incineradas para aproveitamento energético, se vingar um estudo em fase embrionária que mereceu já o repúdio dos ambientalistas.
Trata-se de uma Unidade de Valorização Energética (UVE) que a empresa ERSUC – Resí­duos Sólidos do Centro equaciona lançar na região de Águeda, considerando o apontado num documento elaborado por institutos associados às universidades de Aveiro e Coimbra.
A UVE seria a alternativa para os três saturados aterros sanitários que servem 36 concelhos dos distritos de Aveiro Coimbra e Leiria.
O responsável pela ERSUC, Alberto Santos, confirma a existência do estudo que Miguel Oliveira e Silva, ambientalista da “Cegonha” e professor de Universidade de Aveiro, classifica como “péssima notícia para o ambiente”.
“Os resíduos que dão viabilidade a um equipamento desses são essencialmente papel e plástico e esses são recicláveis. Somos contra essa estação, como tí­nhamos sido contra equipamentos similares na Maia (Lipor II) e em Lisboa (Valorsul)”, frisou.
Alberto Santos prefere não alimentar polémicas, sublinhando que se está a falar de um relatório preliminar e de estudos longos, “feitos com perfeito conhecimento dos municí­pios accionistas da ERSUC”.
Considera que Águeda “é só uma das localizações propostas”, observando que “falta ponderar critérios de natureza ambiental”.
Preferindo ser “rigoroso”, o responsável da ERSUC escusa-se a equiparar a UVE a uma incineradora, porque essa associação também não lhe terá sido feita pelos especialistas.
“Tenho que utilizar a terminologia que me é fornecida pelos estudos técnicos”, declara.
“Não se trata de uma queima a céu aberto, mas não deixa de ser queima. E, ainda por cima, pode representar um investimento avultadí­ssimo”, contrapõe Miguel Oliveira e Silva, o activista da “Cegonha”, que tem trabalhado na região de Aveiro em estreita colaboração com a Quercus.
Dependendo da dimensão, uma Unidade de Valorização Energética pode representar um investimento até 20 ou 30 milhões de contos (100 ou 150 milhões de euros), segundo Miguel Oliveira e Silva.
Por sua vez, o presidente da Câmara de Águeda, Castro Azevedo, admite conhecer os estudos sobre a UVE ainda não sabe bem como encarar a hipótese de o seu concelho receber o equipamento.
“Está tudo numa fase muito embrionária. Só depois de analisar detalhamente todas as vantagens e inconvenientes é que me poderei pronunciar”, disse o presidente desta autarquia que também detém uma posição accionista na ERSUC.
Poderá ter que o fazer já dia 21, altura em que a assembleia geral da ERSUC analisa o assunto.

Lusa

(9 Mai / 10:06)