O primeiro-ministro e o ministro da Educação e Ciência foram recebidos nesta quarta-feira com protestos à entrada para “reinauguração” dos Polos Escolares de Bustos e do Troviscal. Os acessos ao estabelecimento de ensino foram bloqueados pela polícia “por questões de segurança”. Pais, alunos e moradores locais foram impedidos de assistir à cerimónia, criticada por ser considerada uma “reinauguração”.
Alguns moradores da Rua da Nossa Senhora das Necessidades, morada do polo de Bustos, questionaram também o aparato policial, justificado com “questões de segurança”.
Entre os manifestantes via-se uma faixa onde se lia “Inauguração foi para o povo e agora a reinauguração é para a realeza”.
Pedro Passos Coelho questionado pelos jornalistas sobre o facto de estar a inaugurar um centro escolar que já tinha sido inaugurado, desvalorizou o assunto. “O senhor presidente da Câmara é que poderá esclarecer isso”, afirmou, acrescentando que “o convite que me fizeram foi para inaugurar uma escola. Não há nenhuma razão para os equipamentos, estando concluídos, ficarem à espera de uma inauguração oficial, devem ser utilizados”.
Em Bustos, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Mário João Oliveira, disse tratar-se de uma inauguração, justificando que os polos entraram em funcionamento quando ficaram concluídos. “A inauguração faz-se hoje”, sublinhou o autarca. No entanto, o Jornal da Bairrada em fevereiro de 2012 [polo do Troviscal] e fevereiro de 2013 [polo de Bustos] efetuou a cobertura jornalística da inauguração dos referidos polos que até teve direito a bênção, seguida dos discursos oficiais. A inauguração destes polos veio publicada na primeira página do JB. O mesmo aconteceu com a inauguração do polo de Vila Verde [janeiro de 2013].
Perante esta situação, os candidatos do PS e do CDS/PP à Câmara anunciaram publicamente que não estariam presentes por considerarem uma “reinauguração daqueles equipamentos”.
O líder da concelhia do PS e candidato à Câmara, Manuel Bôrras, que não esteve presente, considera esta reinauguração como sendo uma “manobra” que “se insere na estratégia escandalosa que vem sendo seguida pelo candidato Mário João no sentido de iludir o eleitorado do concelho, com comemorações antecipadas, com inaugurações antecipadas, com inaugurações duplicadas e ainda com convites para inaugurações de espaços de que não é titular, os convidados do Partido Socialista não estarão presentes nestas re-inaugurações de fachada”.
Já o candidato do CDS/PP à presidência da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Paulo Caiado, “reprova e repugna a decisão de Mário João Oliveira, presidente da Câmara Municipal, eleito pelo PSD, de inaugurar novamente, dois polos escolares concluídos, um há mais de um ano e meio e outro há mais de meio ano, estando em pleno funcionamento e já inaugurados anteriormente”.
“A inauguração, com destaque de imprensa, nunca desmentida, foi feita na presença de entidades locais, que usaram da palavra na ocasião, que se revestiu de cerimonial inaugural, com bênção, bandeiras e outras tradições protocolares”, afirma o candidato do CDS/PP, Paulo Caiado, questionando “a moralidade política da nova (re)inauguração, a 18 dias apenas, da realização das eleições autárquicas, que neste concelho são bipolarizada entre o CDS e o PSD para a Câmara Municipal, bem como a presença de Pedro Passos Coelho, líder do PSD e Primeiro-Ministro, a inaugurar novamente as obras já inauguradas e a funcionar, como é público”.
“Não seremos demagogos, populistas, nem alinharemos em esquemas eleitoralistas a qualquer custo, porque os compromissos que defendemos, serão honrados e cumpridos, numa rigorosa gestão dos dinheiros públicos”, diz Caiado.
