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Bairrada // Mealhada  

Mealhada: 90 mil euros em parceria pioneira entre a Fundação Luso e a Quercus para preservar património hídrico do Luso

A Fundação Luso e a Quercus estabeleceram, na última sexta-feira, uma parceria considerada, a nível nacional, “pioneira e inovadora”, que visa o desenvolvimento de diversas iniciativas de apoio e conservação da natureza e da biodiversidade, com o objetivo de contribuir para o futuro da preservação do património hídrico e natural do Luso, onde nasce a Água de Luso, bem como para o desenvolvimento sustentável da região. A parceria, que representa um investimento global de 90 mil euros, vai ser desenvolvida durante três anos.
A assinatura do protocolo teve lugar no Convento de Santa Cruz, no Buçaco, e contou com a presença de Nuno Sequeira, presidente da Quercus, Nuno Pinto Magalhães, presidente da Fundação Luso e de Guilherme Duarte, vice-presidente da autarquia mealhadense, para além de muitos outros autarcas e convidados.
Assim, durante os próximos três anos, estas duas entidades comprometem-se a desenvolver diversas ações de valorização dos serviços dos ecossistemas na Serra do Buçaco, através da implementação de medidas de florestação e adensamento no perímetro de proteção do aquífero da Água de Luso.
“Esta é uma ação de grande importância para, no âmbito da sustentabilidade e responsabilidade corporativa, proteger e valorizar o património hídrico e natural do Luso, onde nasce a Água de Luso, assegurando assim o seu futuro para as gerações vindouras”, referiu na ocasião Nuno Pinto Magalhães, para quem esta parceria, a três anos, representa a melhor forma de “proteger um recurso natural, mas também contribuir para o desenvolvimento sustentável da região”. Este responsável destacaria ainda o facto de “a Fundação Luso não poder acabar o ano de melhor forma”, considerando a ação “um passo de gigante nesta vertente”.
Na ocasião, também o vice-presidente da autarquia mealhadense não deixou de se mostrar bastante agradado com o protocolo que considerou ser “de extrema importância” e que visa “a preservar o nosso património”, sendo, portanto, “um valioso contributo e ajuda na valorização do concelho e de tudo o que este tem de melhor.”

Ações no terreno. Nuno Sequeira, da Quercus, falou de algumas das ações que vão ser implementadas, sendo as mais significativas, a criação de 24 hectares de bosquetes de árvores e arbustos autóctones – uma média de 8 hectares, por ano (Carvalho-roble, Azevinho, Tramazeira, Borrazeira-preta), facilitando a recarga do aquífero através da infiltração da precipitação, sendo também removidas, sempre que necessário, as espécies exóticas invasoras.
Em cada época de plantação (de novembro a fevereiro), serão também instalados oito hectares de árvores e arbustos no Perímetro Florestal do Buçaco. Estes vão ser colocados de forma dispersa, para que, no futuro, existam núcleos de indivíduos reprodutores que possam produzir sementes suficientes para que as áreas de ocupação dos habitats se possam expandir naturalmente, através de regeneração natural, assegurando ainda a substituição de árvores mortas.
Paralelamente, o protocolo prevê o controlo de vegetação herbácea e arbustiva nas áreas contíguas às intervenções.
A Quercus irá ainda proceder à realização de ações de vigilância periódica, sobre usos ou atividades suscetíveis de causarem a degradação da qualidade da água no aquífero do Luso, de forma a garantir que não ocorrem problemas de poluição nesta reserva estratégica de água.
Para Nuno Sequeira, “esta é uma parceria que tem um significado especial, pois visa dar um contributo significativo para a preservação da serra do Buçaco, onde se encontra uma das melhores reservas estratégicas de água do país, e para a promoção da exploração sustentável de um recurso natural de grande qualidade, a Água do Luso”.

Catarina Cerca