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Cultura // Mealhada  

Mealhada une-se a Mortágua e Penacova para dar vida às praças e às Invasões Francesas

Os programas vão desenrolar-se ao longo de 12 meses, com diversas atividades culturais, itinerantes, no âmbito da candidatura ao Programa Cultural em Rede.

Os municípios de Mealhada, Mortágua e Penacova uniram-se para desenvolver dois programas culturais em rede, tendo por base dois tipos de património comum: as praças das aldeias, que ganharão vida com cinema, teatro, música, e as Invasões Francesas e os seus marcos históricos deixados no território.

Os programas, apresentados ontem, dia 19, na Portela de Oliveira (Penacova), vão desenrolar-se ao longo de 12 meses, com diversas atividades culturais, itinerantes, que vão dar vida aos três municípios, no âmbito da candidatura ao Programa Cultural em Rede, cujo financiamento ronda os 544 mil euros.

“Praças com Vida” e “A encruzilhada do Bussaco”

O programa “Noites de Verão – Praças com Vida: Cultura, Património e Animação”, com um investimento que ronda os 288 mil euros, promete dar vida às praças das aldeias, jardins e centros históricos com artes de rua, cinema, música, teatro, folclore, marionetas. “Essencialmente queremos convidar ao usufruto das nossas praças, queremos garantir a sua fruição e vivência transformando-as em palcos vivos”, explicou Paulo Oliveira, vice-presidente da Câmara Municipal Mortágua.

Já o programa “Marcos Históricos: Invasões Francesas – A encruzilhada do Bussaco” tira partido desse património comum, o Bussaco e a sua história, nomeadamente no que à terceira invasão francesa diz respeito. O programa, que ascende a 255 mil euros, inclui um conjunto de ações que remetem para os dias que antecederam a Batalha do Bussaco, a 27 de setembro de 1810, para o campo de batalha e para a retirada das tropas, atravessando os municípios. O ponto alto desta iniciativa desenrola-se em setembro, nomeadamente com a Semana Napoleónica, que inclui recriações, passeios encenados e espetáculos, mas tem início já dia 22 de maio com a estreia, nos três municípios, do documentário “A primeira linha de Wellington”, de Paulo Fajardo.

Itinerância e continuidade

Segundo Nuno Canilho, vereador da Câmara Municipal da Mealhada, o projeto, “que mereceu a aprovação de entidades financiadoras nacionais e europeias nos máximos permitidos, foi pensado numa vertente de itinerância e de continuidade de forma a gerar a permanência, a pernoita no território, para que se possa, verdadeiramente, falar de turismo”. “Estão reunidas as condições para que o turismo em torno das invasões francesas possa ganhar corpo”, afirmou. 

A mesma ideia foi partilhada por Jorge Brito, secretário Executivo da CIM- Região Coimbra, que enalteceu “a vontade dos três municípios em trabalhar de forma estruturada o produto turístico invasões francesas”. E adiantou que está a ser colocada sinalética nos 19 municípios da CIM alusiva à temática para que o visitante, apoiado por um mapa, possa descobrir factos históricos e curiosidades alusivos às invasões napoleónicas nos próprios locais. Será um roteiro temático no território, explicou, adiantando que, em breve, será também apresentada uma agenda de eventos nacional, que será integrada numa europeia, a propósito das comemorações do Bicentenário da morte de Napoleão Bonaparte.

Humberto Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Penacova, sublinhou “a intermunicipalidade que tem permitido valorizar e aprofundar a riqueza do território e da história partilhadas em torno do Bussaco”. “Já cá tínhamos a serra e a história, foi necessário potenciar estes produtos e é o que temos vindo a fazer”, sublinhou Júlio Norte, presidente da Câmara Municipal de Mortágua, enaltecendo também o contributo da CIM – Região de Coimbra e do Exército Português.

Este programa de dinamização da cultura em rede atribuiu a toda a região centro 18,4 milhões de euros.