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Região Centro regista novo recorde de empresas Gazela

Na Bairrada, todos os municípios tiveram, pelo menos, uma empresa Gazela instalada no seu território.

A CCDR – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional – do Centro entregou, no dia 22 de maio, os prémios “Gazela 2023” a 135 jovens empresas (o número mais elevado alguma vez apurado) que, num curto espaço de tempo, apresentaram um crescimento elevado no emprego e volume de negócios. A cerimónia de atribuição destes galardões realizou-se na Quinta do Éden, em Calvão (Vagos), num jantar que reuniu Manuel Castro Almeida, ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Isabel Damasceno, presidente da CCDR Centro, empresários e autarcas da região.

A presidir à sessão, Manuel Castro Almeida começou por saudar a CCDR Centro por “reconhecer o papel das empresas no desenvolvimento da região”, uma prática que, apesar de já ter histórico neste território, “não é comum no resto do país”. A presença de vários autarcas naquela sessão levou o ministro a recordar tempos em que “um certo pudor” afastava a administração local do seu tecido empresarial, mostrando-se satisfeito por “esses tempos” terem acabado. “As políticas públicas têm de estar de braço dado com as empresas”, uma vez que “só com empresas prósperas é que podemos ter um país desenvolvido”, defendeu.

“Crescer mais do que 20% em três anos seguidos não é para qualquer um”, elogiou o governante, dirigindo-se, por fim, aos “empresários de sucesso” reunidos naquela cerimónia. Sabendo que, das 135 empresas premiadas, 38 tiveram acesso a financiamento europeu e que, destas, muitas se encontram desiludidas pela incerteza e carga burocrática associadas a estes processos, Castro Almeida, que tutela a pasta dos fundos comunitários, deixou o compromisso de “gerar confiança, previsibilidade e rigor na execução dos contratos”.

Mais empresas, mais emprego, maior volume de negócios

De acordo com Isabel Damasceno, o número de empresas Gazela reconhecidas em 2023 aumentou 30% face ao ano anterior, passando de 104 para 135 – o maior aumento absoluto alguma vez alcançado. “Estas 135 empresas empregam 5.484 pessoas e geram um volume de negócios de 722 milhões de euros, sendo que as exportações representam 50% deste valor”, afirmou a presidente da CCDR Centro, confessando ser “gratificante” poder comemorar o mérito destes empresários.

Outro dado a ter em conta prende-se com a localização das empresas reconhecidas – a maioria (70%) estão concentradas no litoral, decorrente da maior dinamização empresarial desses territórios. Ainda assim, “nos últimos anos temos verificado regiões do interior que, naturalmente, têm maiores dificuldades, a apresentarem números muito interessantes”, comentou Isabel Damasceno, referindo-se, especificamente, às sub-regiões Viseu Dão Lafões, que registou “um crescimento muito sustentado”, e Beiras e Serra da Estrela, que “passou de quatro para sete empresas Gazela”.

A jogar em casa, João Paulo Sousa congratulou as empresas galardoadas “pelo exemplo que dão às outras empresas e à sociedade em geral de que a competência aliada ao trabalho árduo, a uma visão de futuro e a um espírito empreendedor compensa sempre”, considerando os empresários portugueses como “a grande força motriz” do país. No que respeita a Vagos, o presidente da câmara elencou “o desenvolvimento industrial e empresarial” e a “criação de condições para a captação de investimento” como “prioridades” do seu executivo e, dando o exemplo do Parque Empresarial de Soza, deu nota da “capacidade para acolhimento de novas empresas ou para a ampliação e melhoramento das empresas existentes” que o concelho oferece. No mesmo âmbito, lembrou que está “já em projeto a ligação da zona industrial de Vagos à A17 numa interface que envolve igualmente a A25 e o Porto de Aveiro”, apelando ao apoio da CCDR Centro na concretização deste projeto que, segundo o próprio, contribuirá para a atratividade do território e para o aumento da competitividade logística das empresas sediadas em Vagos.

Bairrada concentra 18 das empresas distinguidas

De acordo com os critérios utilizados pela CCDR Centro, mereceram o galardão de empresa Gazela 2023, todas as empresas com menos de cinco anos de atividade no início do processo de observação, com sede num município da região Centro, crescimento acima de 20% ao ano nos últimos três anos, pelo menos, dez trabalhadores e uma faturação igual ou superior a meio milhão de euros.
Importa registar que, desde que a CCDR Centro faz este apuramento, é apenas a quarta vez que o número de empresas Gazela na região Centro ultrapassa a centena – aconteceu o mesmo em 2018, 2019 e 2022.

Quanto aos territórios onde estas empresas estão localizadas, este ano, também se atingiu o maior número de municípios com empresas Gazela de sempre – 53 municípios. Na Bairrada, todos os municípios tiveram, pelo menos, uma empresa Gazela instalada no seu território: Águeda foi o município com maior número de empresas com este estatuto (cinco), seguido pelos municípios de Oliveira do Bairro e Vagos (com quatro empresas Gazela cada). Com três empresas Gazela surge o município de Cantanhede. Quanto a Anadia e à Mealhada, registaram apenas uma empresa Gazela cada.
A região de Aveiro é, pelo quinto ano consecutivo, a sub-região do Centro com maior número de empresas Gazela (31), seguida de Leiria (25) e Coimbra (21).

Afonso Ré Lau