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Oliveira do Bairro

“Em 2030, Oliveira do Bairro será um dos municípios mais jovens do país”

Na cerimónia oficial de abertura da ExpoBairrada, o presidente da Câmara, Duarte Novo, afirmou, perante o Ministro da Agricultura, que “o crescimento de Oliveira do Bairro não é apenas económico, é também demográfico, social e de qualidade de vida. Em 2030, o nosso concelho será um dos mais jovens de Portugal e o mais jovem da Região Centro”, declarou, citando um estudo da CCDRC.

Foi com uma celebração da identidade bairradina – feita de trabalho, inovação, saber fazer e orgulho nas origens – que se inaugurou, no dia 2 de julho, mais uma edição da ExpoBairrada, certame que, durante cinco dias, uniu o tecido empresarial à agricultura, gastronomia e cultura, com espaço para o artesanato, o enoturismo e grandes nomes da música nacional.

A abertura oficial contou com a presença do ministro da Agricultura e do Mar, José Manuel Fernandes, que antes ainda visitou a CALCOB – Cooperativa Agrícola de Oliveira do Bairro e Vagos – onde pôde testemunhar o dinamismo de uma das grandes forças do setor primário no concelho.

Recebido nos Paços do Concelho, o governante deslocou-se depois à unidade industrial da CALCOB, em Vila Verde, onde a gerente, Marise Oliveira, conduziu a comitiva pelos bastidores da Unidade de Preparação e Transformação de Hortícolas I e IV Gama, em funcionamento desde 2014. Ali, o ministro conheceu os processos de seleção, corte, embalagem e comercialização de hortícolas destinados aos mercados nacional e internacional.

José Manuel Fernandes não escondeu o apreço pela gestão e visão da cooperativa: “A CALCOB é um bom exemplo de como a agricultura pode ser moderna, sustentável e competitiva. Confirmei que temos aqui uma gestão de qualidade, uma boa utilização dos recursos europeus, uma cooperativa com ambição e com margem para crescer ainda mais”.

Já a gerente da CALCOB, Marise Oliveira, destacou o caminho feito ao longo de cinco décadas, afirmando que “muitas pessoas ainda desconhecem a real dimensão da cooperativa, o seu volume de faturação e o impacto que tem na economia regional”.

Uma marca territorial e uma alavanca económica

Na cerimónia oficial de abertura da ExpoBairrada, já no recinto do evento, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Duarte Novo, deu as boas-vindas ao ministro, sublinhando o simbolismo da sua presença. “É o reconhecimento do caminho que temos trilhado com trabalho, ambição e visão de futuro”, afirmou.

Para Duarte Novo, a ExpoBairrada “é muito mais do que um evento – é uma marca territorial, uma alavanca económica, um motor de relações e oportunidades”. Num discurso centrado na estratégia de desenvolvimento económico do concelho, o autarca salientou o investimento municipal na expansão das zonas industriais (mais de 15 milhões de euros) e nas acessibilidades, insistindo na urgência de concretizar o tão aguardado nó de ligação à A1.

“O crescimento de Oliveira do Bairro não é apenas económico, é também demográfico, social e de qualidade de vida. Em 2030, o nosso concelho será um dos mais jovens de Portugal e o mais jovem da Região Centro”, declarou, citando um estudo da CCDRC.

O presidente da autarquia aproveitou ainda para vincar a importância do setor primário na identidade do território: “A agricultura não é passado, é futuro. A Bairrada é terra de vinho, de solo fértil, mas também de inovação agrícola, com cooperativas pujantes como a CALCOB e a Kiwicoop, jovens agricultores e produção biológica. Queremos que a ExpoBairrada continue a ser o ponto de encontro entre o setor primário e a indústria, entre a tradição e a investigação”.

Contudo, Duarte Novo alertou para entraves estruturais que continuam a limitar o potencial agrícola da região: “Enfrentamos uma burocracia excessiva, prazos desfasados da realidade, dificuldades na comercialização e na certificação dos produtos. Produzimos bem, mas precisamos de vender melhor”.

“Agricultura é comida no prato”

Na sua intervenção, o ministro da Agricultura e do Mar reconheceu os obstáculos mencionados e garantiu que o Governo está comprometido com a modernização do setor e com a simplificação dos processos: “Nunca teremos um Estado moderno se não avançarmos com uma verdadeira desburocratização”, disse.

José Manuel Fernandes reiterou a importância estratégica da agricultura, não apenas como setor económico, mas como pilar da coesão territorial e da segurança alimentar: “Comer e beber nunca vai passar de moda.”

O ministro destacou ainda o reforço dos apoios à renovação geracional: “Duplicámos os apoios aos jovens agricultores, porque sabemos que não haverá futuro no setor se não conseguirmos garantir rendimento e atratividade”.

Já à margem da cerimónia, em declarações aos jornalistas, José Manuel Fernandes reconheceu a necessidade de melhorar a promoção externa dos produtos nacionais. “Lamento que, em setores onde há stock, como o do vinho, não haja a promoção que desejávamos. Lançámos concursos com 20 milhões de euros para promoção e só tivemos candidaturas para 12 milhões. Temos vinhos e outros produtos de enorme qualidade, mas nem sempre conseguimos vendê-los por um preço justo. É preciso consolidar mercados, alargar outros e saber vender melhor”.

Quanto à questão do nó de ligação à A1, o ministro confirmou: “Está nas prioridades do Governo nas negociações com a Brisa. Vai mesmo avançar. É essencial para tornar este território mais atrativo, mais jovem e mais capaz de criar riqueza”.

A sessão solene terminou com um espumante de honra e com a tradicional visita aos expositores.