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Luís Correia

Mestrando em Relações Internacionais na Universidade de Wroclaw (Polónia)

A Democracia e a Liberdade não vão ceder

Desde sempre que Vladimir Vladimirovich Putin é conhecido como um líder autocrático. O ex-KGB tem todo o poder do Estado nas suas mãos, já para não falar nos fantoches políticos e amigos noutros países aliados que publicamente não recriminam Putin pelas suas ações na Ucrânia, como é o caso da África do Sul, Argélia, Arménia, Bielorrússia, Brasil, Cuba, Iraque, Sérvia, Síria, Sudão e Sudão do Sul, não deixando, no entanto, de mencionar os seus vizinhos Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão.

Depois da anexação da Crimeia por parte da Rússia em 2014 e de anos de conflitos na Ucrânia, especialmente nas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, o líder russo acusa o país de genocídio e maus-tratos ao seu povo nas duas regiões lideradas por separatistas pró-russos. A paciência de Putin esgotou-se e aconteceu aquilo que ninguém queria que acontecesse: “uma operação militar especial” como menciona Putin, que no fundo são apenas palavras simpáticas para descrever uma invasão a um país soberano e livre que elegeu o seu presidente, Volodymyr Zelenskyy, de forma democrática.

Vladimir Putin nunca perdoou a OTAN (NATO, em inglês), depois de esta ter quebrado o pacto da não expansão a países perto da Rússia. “Na NATO não entram”, refere Putin sobre a possível entrada da Ucrânia, ameaçando ainda a Finlândia e a Suécia com consequências militares e políticas caso estas decidam entrar na aliança militar.

Ficará por aqui o líder russo? As opiniões dividem-se neste aspeto, com especialistas a referirem que Putin não irá passar da Ucrânia, pois este não quer uma guerra com a NATO nem com nenhum país em específico tirando a Ucrânia, pois é sabido que a aliança militar não irá fazer qualquer intervenção no país.

Por outro lado, há quem diga que Vladimir Putin ainda agora começou e tem a seu lado os seus poderosos aliados, como é o caso da China, Índia, Irão, República Popular Democrática da Coreia, entre outros.

As sanções aplicadas pelo Ocidente causarão mossa na gigante e poderosa Rússia liderada por Putin? Bem, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, foi bem claro nas suas palavras, referindo que “já estamos habituados a isso. As sanções serão impostas de qualquer forma”.

Estas palavras demonstram claramente o quão bem preparado está Vladimir Putin, tendo perfeita noção das consequências das sanções Ocidentais à Rússia. O líder russo já ripostou nas sanções, proibindo companhias aéreas de sobrevoarem o país, aumentando o preço do gás, fazendo com que o preço dos combustíveis aumentasse, limitando o acesso à rede social Facebook, entre outras sanções.

Por outro lado, há também especialistas que alertam que o plano do Presidente russo não está a correr tão bem quanto ele queria, e que as sanções aplicadas à Rússia e aos oligarcas russos estão a fazer efeito, e brevemente tornar-se-á num problema para Vladimir Putin e para o país, pois este sofrerá uma queda catastrófica económica e financeiramente.

Em pleno século XXI, a diplomacia, o diálogo e as negociações deveriam ser as únicas vias de resolução deste conflito que nunca deveria ter começado. As relações internacionais e a geopolítica conheceram uma nova face em 2022. O futuro? Ninguém sabe, mas uma coisa é certa: a Democracia e a Liberdade não vão ceder e o mundo está com a Ucrânia. Os ucranianos serão bem-vindos a Portugal e a grande parte do mundo. Estaremos cá, de braços abertos para vos receber.

Slava Ukraini.