Sabemos hoje, que esta pandemia provocou e está a provocar efeitos nefastos na Saúde Física e na Saúde Psicológica/Mental!
A natural ansiedade e o medo daí decorrente, apanhou uma população já fragilizada por crises anteriores e estilos de vida menos saudáveis, provocando uma diminuição geral do bem-estar e um aumento do stress e dos problemas de Saúde Psicológica/Mental, como a ansiedade e a depressão.
Estudos (Psicólogo Mauro Paulino) com 10.500 participantes, concluem que quase metade (49,2%) reportou impactos psicológicos moderados ou severos.
Parece que a Covid-19 trouxe muita coisa menos boa. Parou o país, levou os profissionais à exaustão, está a deixar o sistema de saúde à beira do colapso… No entanto, e tentando ter uma visão mais ampla e positiva, esta pandemia também nos trouxe mais “proximidade” com os nossos, mais tempo de lazer, e finalmente mais sensibilização e importância à saúde mental.
O cumprimento das medidas de segurança e proteção contra o vírus implicou a reorganização das relações, do trabalho, da educação, do dia-a-dia.
Vivemos em sociedade, como tal criamos rotinas e somos seres de relações interpessoais – sem elas é dificílimo comunicar, interagir e sentirmo-nos apoiados.
A Covid-19 veio trazer o desafio de, ao longo de meses a fio, sermos obrigados a viver sem estas relações. Obrigou-nos a alterar hábitos e rotinas e até aquele café rápido com uma amiga ao final da tarde a que não dávamos valor nenhum, agora assume um papel tão importante e agora tanta falta nos faz.
Pois é, sem estabilidade emocional, sem as nossas rotinas parece que o corpo não reage, não é? E parece ainda, assim, que os sintomas psicológicos viram físicos e as pessoas somatizam, recorrem a ansiolíticos e, em último recurso, às urgências por desespero!
A linha de apoio psicológico tem atendido milhares de chamadas em desespero e quantas são as vezes que ouvimos: “Não estou com sintomas, não me sinto doente a nível físico, mas estou esgotado mentalmente, não aguento mais”.
Torna-se então cada vez mais importante o recurso a ações concretas para minorar estes efeitos, como: acesso aos serviços e cuidados de saúde psicológica (linhas de apoio para situações de crise; consultas online e presenciais), no sentido de promover a resiliência, o autocuidado e bem estar.
O apoio e ajuda psicológica torna-se fundamental nesta fase de maior isolamento, e em que o colo, o abraço e o afeto são agora realizados à distância.
Falar é uma das principais formas para fazer redimir o que sentimos. Falar sobre os nossos problemas por vezes faz parte da solução.
Precisamos “Ventilar” o que sentimos. É válido para TODOS, e para todos os tipos de problemas, ou para uma situação pontual de crise!
Falar implica colocar os nossos pensamentos em palavras e ajudarmo-nos assim a compreender melhor o que sentimos. Obriga-nos a partilhar informação, ao mesmo tempo que pensamos nela: ouvimo-nos!
Falar ajuda a autorregular as nossas emoções!
Procure ajuda, fale!