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Filipa Saraiva

Secretária Geral da JSD Águeda

A importância do envolvimento jovem em matérias cívicas e sociais

A sociedade assume-se como uma construção social permanente, quer seja a nível ideológico ou institucional. Vivemos atualmente tempos de imoralidade e de pura crise como outrora nunca assistidos. E, precisamente neste contexto de plena instabilidade, o papel do jovem é destacado na medida em que acredito que sejamos a base fundamental da construção social daquela que é a sociedade democrática do futuro próximo.

Nestes mesmos termos, a sociedade necessita de uma mudança dos seus significados morais e, na minha ótica, a ação do jovem opera nesta vertente.

Há que substituir a critica pela ação, o pensar pelo agir, e a deliberação pela concretização.

Portugal, no seu núcleo jovem, é comum pronunciar-se pelo pouco interesse das novas gerações em matérias cívicas e políticas. Contudo, a sensibilização tem vindo a crescer dado a desmistificação política que tem tido lugar nos debates da agenda jovem. De certa forma, com desmitificação quero dar a entender o desvanecimento de barreiras de ideologias políticas e da forma de “fazer política” em si.

Atualmente, penso que passamos por um processo de encadeamento de ideias onde a esquerda e a direita sofrem um constante paradoxo: ora se radicalizam ora se atenuam. Também naquele que é o processo metodológico, aqueles que eram os métodos convencionais deixaram de fazer sentido e instrumentos como as redes sociais destacam-se neste panorama. Apesar da crítica à feroz globalização tecnológica, a verdade é que através destes novos instrumentos digitais, os jovens têm vindo a ganhar uma voz e a mesma não deve ser abafada nem menosprezada.

Destacando aquilo que é uma opinião sincera e fundamentada de uma promoção desmedida de uma forma de discussão incendiária e descontrolada.

No que diz respeito a nós, e falando em nome daquilo que é uma juventude política social democrata, a voz do jovem tem-se revelado fundamental e, de notar, a adesão crescente face às juventudes partidárias. Mais jovens quebram cada vez mais o silêncio de forma a lutar por uma voz presente e ouvida.

Na minha ótica, é importante passar por um processo onde quebramos e, posteriormente, alteramos tipos-ideais que estão antepassados. Deste modo, torna-se necessário a todos nós, jovens, a missão de exaltar a existência das desigualdades acentuadas da sociedade e lutar contra elas. Procurar a justiça e aprofundar o conhecimento de causas que colocam em risco direitos básicos e naturais de cidadania. Enaltecer a importância de uma educação legítima e formativa de forma a combater a violência física e psicológica a todos os seus níveis do crime, da guerra e da pobreza.

Desta forma, a participação política e pública é essencial de modo a tornarmo-nos agentes de socialização e meios para um fim que passa pela promulgação dos valores certos de empatia e equidade. Pois, numa democracia não estamos apenas perante um sistema, mas também perante uma aprendizagem da vida em coletivo.

Existe, de facto, cada vez mais uma inovação nas formas de participação ativa e, como tal, poucas são as barreiras ao envolvimento do jovem como cidadão ativo. Podemos e queremos mudar. Não vivamos na ignorância e no facilitismo e dependência do momento. Como um todo, moldaremos na medida do possível a ação e a consciência de cada um, para que seja possível a prosperidade de uma, talvez fantasiosa, realidade.