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Manuel Armando

Padre

Agora, é a nossa Páscoa

No Universo e tempo em que vivemos, tudo se transforma. Há uma evolução marcante da sociedade, em todos os ramos do seu ser material e moral. É evidente que ela não é sempre igual porque todas as descobertas e experiências exigem, na verdade, uma actualização permanente que se coadune com novos métodos humanos os quais hão-de reger, por espaços temporários indeterminados, as reacções e modos de acolhimento de tudo o que faz parte do homem, em si.

As dimensões que se pretendem atingir nem sempre são congruentes no agir das pessoas. Não deveriam perder-se os valores e as convicções que tornam os indivíduos mais conhecedores de quanto faz parte da sua elevação em todos os quadrantes do período de permanência na Terra. Este mundo continua a ser um mistério. Podem descobrir-se muitas coisas, até agora parecendo impossível serem entendidas, mas a Ciência ainda não marca limites à idade de ninguém. É evidente que, aqui, se excluem todos aqueles desvios criminosos que se opõem à vontade do Supremo Criador, fazendo denotar mau uso da liberdade.

Por muitas vicissitudes, conhecidas ou ignoradas, bastantes coisas, hoje, não são como dantes.

No campo da Religião sucede de modo semelhante. O motivo da Fé, na sua realidade espiritual, continua com a mesma intensidade. A prática pode diferir, mas a essência ninguém a mudará.

Aproximamo-nos da Páscoa. Ela é passagem, libertação, misericórdia, perdão. É a vivência de uma doação total e sem reservas de um Deus que Se mostrou como Homem para chamar toda a Humanidade à Salvação, na experiência da reconciliação.

Este plano foi apresentado e, ao longo dos séculos, com mais ou menos força, os povos aderiram, viveram e respeitaram a Fé com práticas visíveis. O conhecimento das Ciências nunca deverá ser contradição da crença, mas aceitação humilde da Omnisciência de Deus que quis ajudar os homens concretos a abrirem as fontes da humildade e enveredarem pelos caminhos da felicidade ansiada e procurada.

A Páscoa pode não pensar-se da maneira de há muitos tempos atrás nas suas formas exteriores praticadas, mas é sempre o mistério inefável do amor em que permanece a vontade eterna de salvar.

E essa Páscoa continua presente neste Corpo sublime que é a Igreja em todos os seus membros porque, sem excepção, como diz o Apóstolo Paulo, cada um de nós, crentes, deveremos ter o entendimento da incumbência pessoal, reafirmando: «Agora, alegro-me nos sofrimentos que suporto por vós e completo na minha carne o que falta às tribulações de Cristo, pelo seu Corpo, que é a Igreja» (Col.1/24).

Texto escrito ao abrigo do anterior acordo ortográfico, por vontade expressa do autor