Sabemos, há meses, que 2023 se apresenta com tudo para ser um ano difícil. A guerra na Europa – que continuamos sem perceber quando e como terminará – trouxe de novo à tona o lado mais pérfido do ser humano e deixou-nos a braços com uma crise social e económica preocupante. No dia a dia, face também a outros fatores (nomeadamente a inflação), vamos notando o aumento dos preços e prevendo os desafios que se colocam às famílias, assim como às empresas.
Também no Jornal da Bairrada, vimos (e continuamos a ver) a principal matéria-prima – o papel – sofrer um aumento desmesurado, para além de outros aumentos na distribuição e nos custos operacionais, o que nos obrigou a subir o valor das assinaturas. Para território nacional, a assinatura em 2023 passa a ser de 35 euros; para assinantes na Europa, 60 euros, e fora da Europa, 80 euros.
Sabemos que estamos a pedir um esforço acrescido aos nossos dedicados leitores, àqueles que seguem o nosso trabalho há anos, há décadas, mas também por isso, sabemos que o seu desejo é que continuemos fiéis aos nossos princípios de qualidade.
Mas nem tudo são más notícias. Animou-nos, na reta final do ano, saber que o Orçamento de Estado para 2023 inclui uma alteração ao Código do IRS que vai permitir, pela primeira vez, que assinaturas de jornais e revistas sejam dedutíveis em termos fiscais. Concretizou-se um objetivo pelo qual a Associação Portuguesa de Imprensa vinha lutando há vários anos.
Como referiu o presidente João Palmeiro, a Assembleia da República reconhece assim, finalmente, a relevância desta medida para a Imprensa, um setor essencial para a Democracia, mas que enfrenta uma grave crise em Portugal.
A partir do próximo ano, de acordo com o Artigo 78 – Alínea A do Código do IRS, passam a poder ser deduzidas à coleta as despesas com assinaturas de jornais e revistas (em papel e por via digital) até 300 euros, para o contribuinte individual, ou 450 euros para o agregado familiar.
Para além do efeito fiscal que a medida representa para os nossos assinantes, é também um estímulo para que os editores possam atingir novos públicos, num momento em que o nosso setor enfrenta cada vez mais dificuldades e incertezas.
Por pequena que seja a motivação, dá-nos alento para continuar a acreditar que o nosso setor tem um papel insubstituível na nossa sociedade, de investigação, de dar voz aos mais frágeis, de denunciar injustiças e desigualdades, mas também de divulgar ações positivas, de engrandecer pessoas extraordinárias e de imortalizar histórias emocionantes, da região, do país e do mundo.
Feliz 2023, (sempre) com o Jornal da Bairrada!