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Aveiro // Região  

Investigadores de Aveiro desenvolvem projecto que melhora bem-estar

Um grupo de investigadoras da Universidade de Aveiro desenvolveu dois programas de apoio a cuidadores de pessoas que sofrem de demência, que melhoram o bem-estar de cuidadores e doentes.

“As principais conclusões estão associadas ao bem estar de todos, quer da pessoa com demência, quer da pessoa que cuida”, disse à Lusa Liliana Santos, uma das investigadoras.

O grupo da Universidade de Aveiro apresenta hoje no Fórum Gulbenkian Saúde, em Lisboa, os resultados dos projectos-piloto desenvolvidos com cuidadores informais, familiares que em suas casas cuidam de pessoas com demência, e cuidadores formais, aqueles que em instituições cuidam de pessoas com demência.

“Desenvolvemos programas que dão informação, mas que também dão suporte a nível da gestão das emoções. Trabalhar, cuidar de uma pessoa com demência é muito exigente em termos emocionais”, explicou Liliana Santos.

Através dos programas, os cuidadores “por um lado ganham competências de comunicação com a pessoa com demência, mas também competências de prestação de outro tipo de cuidados que são necessários e aprendem a gerir melhor os comportamentos problemáticos”.

“Além disso, estes programas ajudam as pessoas a sentirem melhor bem-estar, porque conseguem gerir melhor o stress inerente a estas tarefas. Sentem que a sua qualidade de vida melhora, e as suas relações com familiares ou profissionais também saem melhoradas desta situação”, referiu a investigadora.

Com a aplicação dos programas, a equipa conseguiu também resultados com as pessoas que sofrem de demência.

“Integramos também alguns processos de estimulação multi-sensorial, motora e cognitiva. E começámos a verificar que as pessoas com demência, à medida que têm esta estimulação têm mais momentos de calma, interagem mais com os cuidadores e com as outras pessoas, estão mais atentas às actividades”, mencionou.

Um dos objetivos da equipa da Universidade de Aveiro “é que as instituições – centros de saúde, lares de idosos – peguem nestes guiões e, com apoio [das investigadoras], os alarguem às populações”.

“Há que acordar para a demência. É uma realidade que existe e precisa de apoio. É um problema de saúde mental, mas não é um problema só da velhice”, alertou Liliana Santos.

Este ano, o Fórum Gulbenkian da Saúde tem como tema “Mind Faces – As diferentes faces da saúde mental”.