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Anadia // Bairrada  

Anadia: Orçamento vale 32 milhões de euros

No próximo dia 22, pelas 14h30, a Assembleia Municipal de Anadia vai discutir e votar o Orçamento e as Grandes Opções do Plano da Câmara Municipal para o ano de 2012, que já foi aprovado em reunião do executivo. O orçamento, que atinge os 32 milhões de euros (mais dois milhões que em 2011), privilegia duas áreas: o saneamento básico (34%) e a educação (20%).
Remetendo-se ao silêncio quando desafiado pelo JB a fazer um comentário aos números e grandes opções do plano, o autarca Litério Marques disse apenas que mantinha o que dissera e que está transcrito na acta da reunião de câmara, de 9 de Dezembro. Na oportunidade, o edil anadiense considerou “o orçamento muito próximo do real, que não se encontra inflacionado como os anteriores”, acrescentando ter inscrito no mesmo “as obras com maior representatividade e que são feitas no ano a que o orçamento diz respeito”.
Um orçamento “realista” que “a concretizar-se pode vir a tornar-se numa das melhores execuções dos últimos anos”.

Críticas da oposição. Opinião contrária têm os vereadores da oposição. Lino Pintado e José Carlos Coelho não deixaram de tecer duras críticas aos documentos apresentados. Contudo, na hora da votação decidiram-se pela abstenção, por terem em consideração que a conclusão das obras de saneamento básico no concelho é uma prioridade da maioria “laranja” para 2012.
Segundo o socialista Lino Pintado, o orçamento para 2012 “segue a linha dos anteriores, reforçando-se uma maior aposta na rede de saneamento”, área que diz “ter ficado para trás em prejuízo de outras prioridades menos essenciais”. Por isso, analisando o documento de forma global, continua a manter parte das críticas apontadas aos últimos orçamentos “por não se vislumbrar a ideia de desenvolvimento sustentável que preconizamos”.
O deputado critica ainda o fraco investimento com o meio ambiente e conservação da natureza, cultura, indústria e energia, turismo e transportes rodoviários: “áreas carenciadas e sedentas de uma aposta mais forte”, refere. Por outro lado, lamenta também que a cultura e os espaços públicos (parques e jardins) sejam áreas em relação às quais não é dada a necessária atenção pelo executivo.
Também o vereador José Carlos Coelho lamenta a redução na despesa relativamente a 2011, “resultante de uma imposição do OE que retira, lamentavelmente, os subsídios de férias e Natal aos trabalhadores desta Câmara”. Por outro lado, acredita que poderia existir uma redução no capítulo da aquisição de bens e serviços. “As previsões de gastos na gestão corrente revelam uma estratégia de gestão pouco consentânea com as necessidades do controlo da despesa, deixando o ónus da sua redução aos trabalhadores que são espoliados dos seus direitos.” O deputado lastima que sectores como a indústria e energia e do turismo sejam prejudicados, sublinhando também que, mais uma vez, “as freguesias continuem a ser o parente pobre do município”, concluindo que estas “não poderão constituir-se em importantes pólos de coesão social e serem um factor de apoio ao desenvolvimento enquanto forem tratadas como enteados e não como filhos legítimos deste município, com todos os direitos que lhe são devidos”.

Grandes opções do plano
Serviços gerais administração pública – 1%
Administração geral – 5%
Educação – 20%
Acção social – 1%
Ordenamento do território – 16%
Saneamento – 34%
Protecção meio ambiente – 1%
Cultura – 1%
Desporto e lazer – 6%
Indústria e energia – 4%
Transportes rodoviários – 7%

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