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Bairrada // Mealhada  

Mealhada: Câmara e Assembleia endurecem posição contra os maus cheiros

A Assembleia Municipal da Mealhada aprovou, na última sessão, as propostas da Câmara para indeferir os pedidos de duas empresas para o reconhecimento de interesse público para laborarem no concelho. Ao já conhecido braço-de-ferro com a empresa Alcides Branco, junta-se agora a Soacorgo, Lda, uma empresa da área agropecuária, instalada às portas da cidade. O Executivo chumbou e a Assembleia confirmou, por unanimidade, deixando cair as pretensões dos empresários, numa altura em que sobe de tom a luta contra os maus cheiros no concelho.
As empresas em causa pediam a emissão de certidão de Reconhecimento de Interesse Público Municipal na Regularização da Atividade Industrial, motivando a reação de Rui Marqueiro, presidente da Câmara, que na última reunião do executivo defendeu que a empresa Alcides Branco “não deve ter essa declaração de utilidade pública porque é um contrassenso, numa altura em que há um litígio judicial entre a Câmara e a empresa”, posição que o autarca reiterou na passada segunda-feira, em assembleia municipal, explicando que o empresário em causa está a desrespeitar o acordo feito em tribunal ao continuar a laborar e a produzir fumos e maus cheiros. “Aquele senhor passa a vida a incumprir o acordo e vai ser interpelado por isso, sabendo que depois de duas interpelações a providência cautelar terá efeitos e fechará a empresa”.
“Se permitirmos que esta fábrica continue nestas circunstâncias vamos destruir o Luso (…) para poupar 30 postos de trabalho podemos perder 300 no Luso, não tenho prazer nenhum nisto tudo, mas conheço bem aquele senhor e não deixa de ser curioso o fato de ele começar a queimar baganha logo que mudou o Governo”, acusou Rui Marqueiro.
Falando na questão da outra empresa que também pediu apoio municipal para o seu licenciamento – a Soacorgo – o presidente da Câmara considerou que “o ataque municipal à empresa Alcides Branco está mais adiantado que esta, está já em tribunal”, não rejeitando encetar “um combate semelhante, já na próxima reunião do executivo”.

Assembleia quase unânime no orçamento para 2016

A Assembleia Municipal da Mealhada aprovou o Orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2016, em sessão extraordinária, na passada segunda-feira. Sem grande discussão, os documentos previsionais para o próximo ano passaram com a maioria dos votos, contando apenas com a abstenção dos dois elementos da CDU.
Os deputados da bancada da Coligação Juntos Pelo Concelho da Mealhada (JPCM) acabaram por votar favoravelmente, como já tinha acontecido em sede de executivo, reiterando os reparos feitos na altura ao executivo de maioria socialista, felicitado a criação de uma verba extra de 6.000 euros para a freguesia e por este orçamento “incluir algumas das propostas da coligação, que foram analisadas, apreciadas e que possam vir a ser executadas”, lembrou Luís Brandão (JPCM), acusando que “apesar destas situações, não há grandes novidades nos documentos nem grande imaginação, parecendo ser um orçamento de continuidade”.
Ideia bem diferente daquela teve a CDU, abstendo-se e apontando, em declaração de voto, que o executivo socialista fez “ouvidos de mercador às propostas da CDU ao abrigo do estatuto de oposição”.

João Paulo Teles