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Bairrada // Cantanhede  

Tertúlia: “Liderança no Feminino” mostra duas mãos cheias de razões para a igualdade

Fotografia: João Paulo Teles

A discriminação de género e a desigualdade entre homens e mulheres é ainda uma realidade sentida e vivida diariamente pelas mulheres.
No dia 8 de março, em que se assinalou o Dia Internacional da Mulher, o Jornal da Bairrada, numa iniciativa inédita promovida em parceria com a Câmara Municipal de Cantanhede, convidou dez mulheres a falar da “Liderança no Feminino”.
No salão nobre dos Paços do Município de Cantanhede, as dez oradoras foram desafiadas por Oriana Pataco, diretora do JB, a partilhar com uma vasta plateia, as suas experiências de vida, proporcionando, numa tertúlia que se prolongou por mais de duas horas, a reflexão sobre os desafios inerentes aos diferentes papéis sociais da condição feminina.
Tendo por mote “Liderança no Feminino”, todas as convidadas revelaram, na primeira pessoa, como articulam a profissão e a família e de que modo as suas carreiras ou o facto de assumirem posições de liderança influenciaram as suas vidas.
Numa conversa informal e sem filtros, as oradoras (Helena Teodósio, presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Ana Margarida Maia, advogada e deputada municipal, Maria do Céu Lourenço, empresária e ex-deputada, Guida Almeida, administradora da Orima, Maria Miguel Manão, diretora de marketing da Adega de Cantanhede, Manuela Grazina, investigadora e professora universitária, Suzana Menezes, diretora Regional da Cultura do Centro, Carla Caramujo, cantora lírica com carreira internacional, Áurea Andrade, enfermeira-diretora dos HUC e deputada municipal, e Fátima Vaz Gomes, diretora do Agrupamento de Escolas Marquês de Marialva) de forma geral, reconheceram as dificuldades na ascenção aos cargos de topo que ocupam, os preconceitos ou discriminação de género que sofreram e abordaram inclusive as diferenças salariais já que, como se sabe, as mulheres europeias são, em média, mais escolarizadas do que os homens mas ganham salários mais baixos.

Ainda há um caminho a percorrer

Antes da partilha de experiências, Helena Teodósio que foi, nas últimas autárquicas, a primeira mulher eleita presidente de Câmara em Cantanhede, sublinharia que o facto de se comemorar o Dia Internacional da Mulher revela que “alguma coisa não está bem e que há muito ainda a ser mudado”.
À plateia clarificou que com esta iniciativa “queremos perceber porque chegamos aqui hoje, sem deixar de pensar que estamos num determinado país, com uma certa estrutura política, num contexto europeu, mas que o mundo não se reduz a este local e ainda há zonas onde a mulher tem uma situação muito difícil. Isto em pleno século XXI e por isso todos devemos fazer por que as coisas mudem.”
Recordou o aparecimento dos movimentos feministas, o papel da mulher no mercado de trabalho, a luta pelo direito ao voto, e por maiores regalias que conduziram a que este dia seja, hoje, comemorado um pouco por todo o mundo, seja de forma pacífica ou em jeito de protesto e de luta por direitos.

O início e final da iniciativa foram abrilhantados pelo músico JPCavadas. Natural de Cantanhede, o compositor, cantor e poeta proporcionou momentos verdadeiramente especiais, dedilhando na sua guitarra melodias bem conhecidas de todos, e ainda presenteando a audiência com uma canção inédita, de sua autoria.
Esta iniciativa foi organizada pelo JB e Município de Cantanhede e contou com o patrocínio da empresa de seguros SABSEG, da cooperativa Kiwicoop e da Bricotintas.

Catarina Cerca

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