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Desporto // Outras modalidades  

André Vieira e Paulo Lino sagram-se campeões do mundo

O Pavilhão da Escola EB 2/3 das Caldas das Taipas, em Guimarães, acolheu o 2.º Campeonato do Mundo de Judo para pessoas com Síndrome de Down (Judown). Os judocas da Cerciag, André Vieira, António Paulino e Paulo Lino fizeram parte da comitiva da Seleção Nacional de Portugal Anddi, tendo obtido excelentes prestações, com os dois bairradinos a conquistarem dois títulos mundiais: Paulo Lino, na categoria de – 66kg, sagrou-se Campeão Mundial após 4 combates realizados e 4 vitórias.
André Vieira, na categoria de – 81kg, sagrou-se Campeão Mundial após 4 vitórias em 4 combates disputados.
António Paulino, na categoria de – 81kg, alcançou a medalha de prata e o título de vice-campeão do Mundo ao alcançar 3 vitórias e 1 derrota em 4 combates disputados. A derrota aconteceu frente ao seu colega de clube, André Vieira.
Para além deles, os judocas de Portugal conquistaram ainda mais 7 medalhas de ouro, 4 medalhas de prata e 2 medalhas de bronze.
Ser feliz
André Vieira, natural de Oiã, concelho de Oliveira do Bairro, ainda não caiu na realidade. “Ainda não tenho bem a noção do feito alcançado e ser campeão do Mundo. O meu objetivo é ser feliz, mais uma vez ganhei uma grande competição, esta a mais importante da minha vida”, confessou o atleta da Cerciag.
André Vieira ganhou o título de campeão ao derrotar o seu colega de clube, o António Paulino. “Não havia de ser assim, somos do mesmo escalão de pesos, os combates foram nesse sentido, foi pena, mas alguém tinha de ganhar”, afirmou o atleta que, no próximo dia 20 de dezembro, faz 26 anos.
A sua mãe, Anabela Vieira, assistiu à conversa com o JB, e também se mostrou orgulhosa do filho: “Já foi diversas vezes campeão nacional, mas conquistar um título mundial, nunca nos passou pela cabeça que chegasse tão longe.”
E depois explica alguns motivos: “Com 7 dias de vida, uma médica, em Aveiro, disse que o meu filho ia ser como um imóvel instalado na sala, que não ia andar nem falar. Não desistimos, foram muitos anos de luta e, com o apoio da Segurança Social, da Cerciag, entre outros, chegar a este patamar, tudo isto foi uma lição para muita gente, também uma bofetada de luva branca, porque tentaram tratar o meu filho como se fosse um animal.”
Anabela Vieira diz que graças “à Cerciag, que tem tido um papel importante no desenvolvimento do meu filho, dos treinadores António da Costa e Hélder Fonseca, a prova está à vista. Merecem todos os aplausos que lhe possamos dar. E mais importante no meio de tudo isto, é o seu bem-estar e que se divirta. O meu filho tem sido feliz assim”.