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Águeda // Sociedade  

Cirurgias canceladas em Águeda para reforçar Hospital de Aveiro

Medidas são agora tomadas considerando o grande volume de doentes com Covid-19 internados no Centro Hospitalar do Baixo Vouga e a pressão da procura no Serviço de Urgência nos últimos dias.

A administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga decidiu cancelar a atividade cirúrgica nos hospitais de Águeda e de Estarreja nos próximos 15 dias, para reforçar o apoio às enfermarias com doentes Covid-19 no Hospital de Aveiro.

O anúncio foi feito na passada sexta-feira , dia 8, pelo conselho de administração, que “depois de ouvir o grupo de trabalho de gestão do Plano de Contingência Covid-19, decidiu cancelar a atividade cirúrgica da Unidade de Ambulatório, a funcionar no Hospital de Águeda, por um período de 15 dias, já a partir de segunda-feira, dia 11 de janeiro e cancelar, durante o mesmo período, a atividade de pequena cirurgia no Hospital de Estarreja”, revela em comunicado a administração hospitalar.

Estas medidas são agora tomadas “considerando o grande volume de doentes com Covid-19 internados no Centro Hospitalar do Baixo Vouga e a pressão da procura no Serviço de Urgência nos últimos dias, bem como a previsão de aumento da procura, atendendo à situação epidemiológica da Região de Aveiro”.

Segundo o conselho de administração do CHBV, o cancelamento da atividade cirúrgica em Águeda e Estarreja vai permitir libertar os profissionais de saúde, designadamente médicos, enfermeiros e assistentes operacionais, “para reforçar as equipas afetas às enfermarias Covid”, cujo número de camas tem vindo também a aumentar”.

“Ao dia de hoje [dia8], no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, estão já alocadas cinco enfermarias para doentes Covid-19, num total de 100 camas, às quais acrescem 10 camas de cuidados intensivos”, dá conta o conselho de administração do CHBV.

A administração refere neste comunicado que “o número de camas para doentes não-Covid a necessitar de internamento, face à crescente atividade do Serviço de Urgência, também já está a ser acautelado”. “Hoje, foram já abertas 10 camas suplementares no Hospital de Aveiro e três camas suplementares no Hospital de Águeda”, refere o comunicado, que conclui que “a atual conjuntura obriga a uma monitorização constante dos fluxos da procura, de forma a responder à evolução da situação.”

Situação “limite” no CHBV preocupa o PCP

Entretanto, o PCP já reagiu a esta situação. Em comunicado, o partido vê “com alguma preocupação” o anúncio da administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga de cancelar as cirurgias nos hospitais de Águeda e Estarreja por 15 dias.

“O PCP tomou  conhecimento da  situação limite do serviço de urgência, dado o aumento dos contágios, estando os trabalhadores da saúde em situação de cansaço extremo que não os afeta só a eles, mas também se reflecte no atendimento aos utentes”, refere aquela nota do partido.

O PCP admite que “esta é uma situação excepcional, inserida no combate  à pandemia”, mas “como situação excepcional que é, merece medidas excepcionais que tardam em chegar”.

“Como o PCP já tem denunciado, esta situação é fruto do ataque ao Serviço Nacional de Saúde, que se tem intensificado ao longo dos anos. A resposta a esta situação passará sempre pelo reforço dos serviços públicos, em trabalhadores e em meios materiais”, termina o comunicado.