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Águeda // Sociedade  

Associações da “Casa do Adro” com espaço renovado

As obras, no valor de um milhão de euros, estão concluídas e as chaves foram entregues às associações, na passada sexta-feira.

A empreitada da requalificação dos edifícios da Orquestra Típica, Cancioneiro e Conservatório e do espaço exterior envolvente na “Casa do Adro” resultou de um investimento global de 1,02 milhões de euros.
As obras estão concluídas e as chaves foram entregues às associações, na passada sexta-feira.

“Hoje é um dia muito feliz, porque temos aqui uma obra que enriquece Águeda”, afirmou Jorge Almeida, presidente da Câmara, neste momento simbólico, tendo em conta a pandemia, mas que mais tarde terá inauguração formal.

Presentes estiveram Jorge Almeida e Edson Santos, respetivamente presidente e vice-presidente da Câmara Municipal de Águeda, bem como os vereadores da Cultura, Elsa Corga, e das Obras Particulares, João Clemente, que desejaram às associações um “bom regresso a casa”.

“Este é o momento de dar os parabéns ao arquiteto, ao empreiteiro, à fiscalização e aos serviços da Câmara Municipal que acompanharam esta obra e às associações que agora ficam com ótimas instalações para realizarem as suas atividades que tão bem representam Águeda”, sublinhou Jorge Almeida, acrescentando que este “emblemático” movimento associativo que está localizado naquele complexo tem agora condições “para ser ainda mais criativo”.

Para breve, quando a situação epidemiológica o permitir, está prometida uma “grande festa”, que demonstre a satisfação que as associações têm de ver este espaço renovado e terá como protagonistas as próprias coletividades, numa exibição do seu rico portfólio. E a “festa” já tem nome: “Sons do Adro”. Foram as associações que tomaram a dianteira e designaram deste modo a celebração.

“Será uma grande festa de e com todas as associações”, anunciou Ana Isabel Fernandes, presidente da direção da Orquestra Típica, satisfeita por a coletividade que representa receber esta “casa” renovada, “muito bonita e funcional”, numa altura em que celebram 50 anos de existência em Águeda.

“Lutámos por muito menos do que isto”, disse Augusto Gonçalves, presidente da direção do Conservatório de Música de Águeda, explicando que “a realidade é muito maior do que o que sonhámos”. Num discurso emotivo e visivelmente satisfeito pela “grande obra realizada”, o dirigente salientou a “fantástica colaboração desta Câmara Municipal”, que “dentro do que é legítimo e correto, tudo fez para nos facilitar a vida”, lembrando a disponibilização do espaço da Incubadora Cultural para que o Conservatório pudesse continuar a dar aulas enquanto as obras decorriam.

Uma obra que marca a diferença

“É bom vermos a nossa Águeda a crescer”, disse ainda Jorge Almeida, defendendo que esta obra tem um conjunto de particularidades funcionais que não se vêem mas que fazem dela um modelo e que a tornam, “certamente, uma candidata a prémios na área”.

Sobre a intervenção, o arquiteto e coordenador da equipa de projeto, Daniel Oliveira, natural de Águeda, frisou que é visível “a diferença entre o que estava antes e o que podemos ver agora”, sublinhando que as associações têm, hoje, muito melhores condições “tanto no interior, dos pontos de vista térmico, acústico, espacial e funcional”, como no exterior “com um espaço público/coletivo que ficou muito mais capacitado para ser utilizado e que deveria ser de uso pedonal”.

A reabilitação do Conservatório baseou-se no tratamento das paredes exteriores, com tratamento térmico, bem como na substituição da caixilharia, cobertura e caleiras do edifício. Foi ainda realizada a adaptação sanitária para deficientes e melhoradas as condições de mobilidade no edifício, com a implementação de uma plataforma elevatória para pessoas com mobilidade reduzida.

Ainda relativamente ao Conservatório, é aqui que está uma das obras de maior envergadura que passou pela construção de um espaço novo, construído de raiz, numa zona em declive e quase em cave, o que torna o seu impacto visual quase nulo. Trata-se de uma sala polivalente, para ensaios de orquestra, aulas ou outras funcionalidades, ampliando a capacidade deste equipamento cultural.

Já no Cancioneiro foi colocado um telhado novo, com uma estrutura em perfis de ferro, rematado no cume com uma clarabóia, garantindo a entrada de luz natural no espaço. Apesar desta alteração, o edifício mantém a sua traça original, uma vez que as paredes exteriores foram conservadas, preservando a sua identidade e características típicas aguedenses, de seixo rolado, ou godo como é comummente designado.

Quanto à Orquestra Típica, a intervenção implicou a substituição da cobertura, bem como foram melhoradas as condições de acessibilidade e de conforto térmico (paredes duplas com caixa-de-ar). O espaço foi ampliado com a construção de uma nova sala e foram demolidas algumas paredes para se obterem espaços mais amplos e polivalentes. As fachadas deste edifício foram revestidas com seixo rolado, devolvendo ao espaço uma linguagem arquitetónica coerente com a do complexo.

Uma das grandes intervenções neste complexo prende-se com os arranjos exteriores, uma área que foi transformada, num tratamento paisagístico que apresenta uma bancada a céu aberto e vários espaços verdes.