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Aveiro // Região  

1.º Ferryboat elétrico em Portugal vai operar em Aveiro

O novo ferryboat 100% elétrico é a primeira embarcação com esta característica a ser desenvolvido inteiramente em Portugal e para servir uma região portuguesa. Vai assegurar a travessia entre São Jacinto e o forte da Barra, com zero emissões de CO2.

Foi apresentado esta quinta-feira, 25 de março, nos Estaleiros da Navaltagus, no Seixal, o projeto de construção do primeiro ferryboat elétrico 100% português, que vai operar em Aveiro. A embarcação, que integrará a operação Aveirobus, será construída pelo Grupo ETE para a Câmara Municipal de Aveiro (CMA), num investimento desta autarquia a rondar 7,33 milhões de euros, com o apoio do Fundo de Coesão de cerca de 2,17 milhões de euros.

A sessão de apresentação, que contou com a presença do Presidente da CMA, José Ribau Esteves, e do acionista e administrador do Grupo ETE, Luís Figueiredo, marca o início oficial desta parceria entre as duas entidades, que terá um enorme impacto a nível ambiental e económico na região de Aveiro.

O novo ferryboat 100% elétrico é a primeira embarcação com esta característica a ser desenvolvido inteiramente em Portugal, por marcas nacionais, e para servir uma região portuguesa. A assegurar a travessia entre São Jacinto e o forte da Barra, o novo ferryboat com zero emissões de CO2 permitirá a redução da emissão das de 300 toneladas de CO2 libertadas pelo atual modelo, reduzindo igualmente em cerca de 30 por cento o consumo energético. Aos baixos níveis de ruído e ao conforto para os passageiros introduzidos por esta embarcação alia-se ainda a capacidade reforçada para o transporte de viaturas (+ 30%) e de passageiros (+ 90%).

Este projeto pioneiro junta-se a outras iniciativas sustentáveis de mobilidade levadas a cabo pela Câmara de Aveiro – como a eletrificação dos moliceiros (que ainda em 2021 estarão a operar nos Canais Urbanos da Ria de Aveiro, permitindo uma redução de 400 toneladas de CO2), ou os três autocarros 100% elétricos atualmente em operação no município, através da Transdev/Aveirobus – reforçando o compromisso “We are green” da CMA.

Este será ainda o primeiro ferryboat elétrico a operar em Portugal e dos primeiros em toda a Europa, com exceção feita aos países nórdicos onde esta tipologia de transporte já é utilizada, constituindo-se também como um elemento relevante de marketing territorial, em especial dos valores ambientais do Município de Aveiro, de São Jacinto e da Ria de Aveiro.

Com início de construção previsto para o início do 3.º trimestre de 2021, o novo ferryboat foi adjudicado ao agrupamento de empresas Navaltagus e Navalrocha (Grupo ETE) com um prazo de 18 meses para a sua conceção e construção. O projeto é cofinanciado pelo POSEUR, Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo de Coesão. O investimento total é de 7.326.490,13 euros, com o apoio do Fundo de Coesão no valor de 2.168.321,53 euros.

Cultura, ambiente e tecnologia

Para o presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), “é muito relevante o facto de o 1.º ferryboat elétrico a operar em Portugal e na Europa do sul acontecer na região de Aveiro. É sintomático do que estamos a realizar na região e no município, conjugando as potencialidades culturais e ambientais da Ria de Aveiro com a tecnologia”, afirmou.

“Importa sublinhar que o novo ferryboat elétrico vem, em primeiro lugar, dar a garantia de mobilidade e igualdade de oportunidades para os nossos cidadãos de São Jacinto e só por isso, este é um investimento que vale cada cêntimo que nele depositamos” concluiu Ribau Esteves.

Já Luís Figueiredo, acionista e administrador do Grupo ETE, afirmou que “a construção e a exploração do 1.º ferryboat elétrico de Portugal, posiciona-nos na vanguarda da engenharia, permitindo-nos dar resposta a um desafio pioneiro na área da mobilidade. Pelas suas características, que representam um impacto ambiental positivo para a região e Ria de Aveiro, estamos certos, que este projeto será apenas o primeiro passo de um caminho que alavancará o mercado da mobilidade elétrica e da preocupação crescente com a sustentabilidade”.