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Águeda // Sociedade  

Mais um passo para a integração de migrantes em Águeda

O CLAIM, que passa a funcionar no edifício da Incubadora de Empresas, visa promover uma integração de proximidade e apoiar todo o processo do acolhimento e integração dos migrantes.

O Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) de Águeda Foi inaugurado, na semana passada, na presença da secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Cláudia Pereira, e da Alta-Comissária para as Migrações, Sónia Pereira.

O CLAIM visa promover uma integração de proximidade e apoiar todo o processo do acolhimento e integração dos migrantes, num projeto que resulta da parceria estabelecida entre o Alto Comissariado para as Migrações – ACM, I.P. e a Autarquia de Águeda, cujo protocolo foi formalmente assinado no decorrer da cerimónia.

O espaço, que funciona no edifício da Incubadora de Empresas de Águeda, é dinamizado por duas técnicas assistentes sociais, uma criminóloga e um jurídico, para prestar apoio no processo de acolhimento e integração de migrantes, bem como na regularização da situação migratória e em aspetos burocráticos como a nacionalidade, o reagrupamento familiar, a habitação, o trabalho, a segurança social, a saúde ou a educação.

“Estamos num espaço muito interessante, que pode ser encarado como modelo e que valerá a pena replicar noutras regiões”, disse o presidente da Câmara Municipal de Águeda, na inauguração do CLAIM.

Para Jorge Almeida, a escolha do edifício da Incubadora de Empresas para instalar este novo serviço é “estratégica” e “posiciona Águeda na dianteira no apoio que pode ser prestado aos migrantes”, lembrando que esta estrutura pode ajudar a suprir a necessidade de mão de obra existente no concelho e na região, numa concertação com o tecido empresarial, agilizando processos. “Venham, que nós tratamos do resto. E isto é um passo claramente à frente”, disse.

“Naturalmente que os queremos acolher como todos os CLAIM, mas vamos um pouco mais longe, no sentido de a própria Câmara, as associações e as empresas promovermos uma verdadeira integração”, declarou, acrescentando que em boa hora surgiu este centro, “porque temos esta necessidade para podermos crescer”.

Lembrou que Águeda é um concelho dinâmico, com mais de 5.500 empresas, entre as quais mais de 750 da indústria transformadora, que fatura anualmente cerca de dois mil milhões de euros. “Somos um concelho muito interessante para a economia nacional e precisamos efetivamente de pessoas para podermos crescer”, sustentou, defendendo que é necessário acolhê-las bem, fazendo-as sentir em casa.

O CLAIM é um resposta social que Águeda já aplica há muitos anos, um histórico de bem-receber com cerca de 1.125 residentes estrangeiros, de mais de 50 nacionalidades, entre as quais a maior comunidade do Cazaquistão em Portugal, que estão “perfeitamente integrados”.

“São comunidades que fazem parte da dinâmica do nosso concelho e que estão perfeitamente integradas”, disse Jorge Almeida, apontando que Águeda desenvolve um conjunto de “boas práticas, nomeadamente com as escolas, associações e empresas, que nos permite trabalhar essa integração”, cujo sucesso é reconhecido “tanto por nós como por eles”.

O presidente da Câmara dirigiu-se à Alta-Comissária para registar que a autarquia subscreveu, “há poucos dias, uma candidatura em parceria com uma associação local, no sentido de promover o acolhimento de migrantes, para que nos possam ajudar a fazer face às necessidades que temos de mão de obra”.

Cláudia Pereira, secretária de Estado para a Integração e as Migrações, declarou, na cerimónia, a sua satisfação pela abertura deste espaço em Águeda (o 121.º no país), considerando muito feliz a integração do CLAIM com a incubadora. “É muito interessante que esteja no centro da cidade, na rua principal, numa incubadora para facilitar o desenvolvimento económico, para que também chegue aos emigrantes a informação sobre as oportunidades que há no mercado de trabalho. É exatamente aqui que a integração acontece, nesta abordagem de proximidade”, disse a governante, concordando que esta poderia ser uma prática para ser replicada noutros territórios.

A secretária de Estado frisa ainda que “o CLAIM de Águeda vem consolidar o que o município já faz a trabalhar em rede, mas cujo apoio pode ser prestado agora de uma forma mais especializada”.

Entre as muitas ações que decorrem em Águeda, no sentido de apoiar a comunidade migrante, estão os cursos de Língua Portuguesa, que são lecionados na Escola Secundária Marques de Castilho e no Instituto de Emprego e Formação Profissional de Águeda, ou ainda o Programa “Escolhas”, do projeto “Pioneiros”, que tem várias atividades de interculturalidade, sem esquecer o programa de mediadores interculturais que a Câmara de Águeda desenvolve em parceria com a Associação Cultural e Recreativa de Vale Domingos.

Refira-se que, após a inauguração, a comitiva visitou os espaços do Águeda Living Lab, do Águeda Smart City Lab e ainda o Centro de Artes de Águeda, onde foram apreciadas algumas das exposições patentes, uma das quais relacionada com as migrações. No final, dirigiram-se para o Parque Botânico de Vale Domingos onde foi apresentada um pouco da história que deu origem ao Parque e foi também efetuada uma visita guiada àquele espaço.