Assinar


Anadia // Ancas // Sociedade  

Investigadores da Universidade de Aveiro estudam Lagoa do Paúl

A equipa da UA considera que a lagoa de Ancas teve, ao longo das recentes décadas, algumas intervenções que mudaram, negativamente, a sua estrutura ecológica.

Uma equipa da Universidade de Aveiro (UA) tem vindo a realizar um trabalho exaustivo de caraterização e avaliação da Lagoa do Paúl, localizada em Ancas, com vista à sua reabilitação.

Segundo notícia publicada no site da Universidade de Aveiro (UA), esta lagoa “ao longo das recentes décadas, teve algumas intervenções que mudaram, negativamente, a sua estrutura ecológica”, ainda que “ao nível das populações locais tenha surgido interesse em compreender melhor o seu estado e tentar que volte a ter o esplendor em biodiversidade de outros tempos”.

Assim, Tiago Laranjo, orientado por Paulo Silveira e Tânia Vidal, docentes do Departamento de Biologia (DBio) e investigadores do CESAM (Centro de Estudos do Ambiente e do Mar), da UA, no presente ano letivo, está a realizar a “Caraterização da Lagoa do Paúl”, no âmbito da unidade curricular Pesquisa, anual, de final do curso de Licenciatura em Biologia.

Na pesquisa está a ser feito o levantamento da flora, mas o programa de trabalhos compreende também a avaliação da qualidade ecológica da água, com a medição de parâmetros físico-químicos, a quantificação de nutrientes, entre outros.

Melhorar a saúde ecológica da Lagoa

A equipa pretende, agora, conseguir terminar o trabalho, a curto prazo, desejando que este “possa servir de base científica, aos habitantes de Ancas e aos decisores locais, para uma gestão integrada efetiva, com vista a melhorar a saúde ecológica da Lagoa”, lê-se no site da UA.

De acordo com algumas notas científicas já recolhidas, na Lagoa do Paúl tem-se verificado perda de biodiversidade em espécies vegetais, que antes eram muito mais extensas, mas não resistiram às sucessivas e grandes intervenções na Lagoa.

As intervenções realizadas, refere o estudo, “resultaram também na erradicação de quase toda a vegetação aquática autóctone, dando assim espaço a planta invasora que domina a Lagoa atualmente”.
As intervenções também reestruturaram a forma do leito da Lagoa, dificultando a fixação de vegetação nativa e o refúgio para as comunidades biológicas aquáticas da Lagoa.

De igual forma, a introdução intencional de peixes exóticos, permitiu a invasão da Lagoa, em larga escala, de espécies como a carpa, achigã, ou lagostim, “que agravaram o impacto negativo na regeneração vegetal”.

Da análise bioquímica da Lagoa, os investigadores salientam, para já, alguns parâmetros, tais como a turbidez e os sólidos em suspensão, cujos valores estavam altos, mas também a percentagem de oxigénio que, da primavera para o outono, baixou até 22,2%, em alguns pontos da margem da Lagoa.