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Oliveira do Bairro // Sociedade  

Oliv. Bairro: Resposta para pessoas com demência vai continuar, garante provedora

A Santa Casa da Misericórdia de Oliveira do Bairro está a tentar encontrar outros projetos que possam financiar o Centro Rainha D. Leonor. A provedora Leontina Novo mantém, ainda, a esperança de que a Segurança Social “veja que este tipo de resposta é realmente necessário e tem de ser apoiado”.

Hoje é dia de ir à “escolinha”. É desta forma carinhosa que utentes e cuidadores se referem ao Centro Rainha D. Leonor. O projeto desenvolvido pela Santa Casa da Misericórdia de Oliveira do Bairro está a decorrer há meio ano, com resultados positivos.

Neste momento, são 18 os utentes seguidos neste centro especializado na intervenção com pessoas com Alzheimer e outras demências. Um número ainda longe do limite (50), mantendo-se as inscrições, gratuitas, até final de fevereiro do próximo ano.

Duas horas por dia, três vezes por semana, os utentes ficam a cargo de uma equipa multidisciplinar, composta por uma auxiliar e seis técnicos (terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicóloga, animadora, psicomotricista e assistente social).

O termo “escolinha” acaba por ter um significado mais profundo. É, de facto, aqui que estes utentes, com idades entre os 60 e os 90 anos, voltam a aprender. A ter algumas rotinas, a reter informação, a serem menos agressivos.

O desgaste, o cansaço físico e psicológico, a frustração por não poder ajudar mais são pontos focados por todos os cuidadores. Alguns admitem que são acompanhados por psicólogos.

Resposta devia ser apoiada pela Segurança Social

Leontina Novo mostra-se satisfeita com os resultados de seis meses de trabalho e elogia a equipa multidisciplinar, “muito empenhada e responsável pelo bom funcionamento do projeto”, financiado durante um ano pelo PO ISE/Portugal Inovação Social. “Queremos muito que esta resposta continue. Vamos tentar encontrar outros projetos que possam financiar o Centro e mantemos a esperança de que a Segurança Social veja que este tipo de resposta é realmente necessário e tem de ser apoiado”, frisa a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Oliveira do Bairro.

“Penso que não é só o utente que retarda a doença, mas é a família que sai beneficiada, porque os cuidadores também precisam de descansar, de se libertar um pouco e fazer outras atividades. Este é um investimento que vale muito mais a pena do que medicação”, conclui Leontina Novo.