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Águeda // Cultura  

Manuel Alegre e a língua portuguesa celebrados em Itália

O poeta vai estar na Universidade de Pádua, onde em 2009 foi criada uma Cátedra com o seu nome, para celebrar o Dia Mundial da Língua Portuguesa.

O poeta Manuel Alegre estará esta sexta-feira, dia 5 de maio, em Itália – mais precisamente na Universidade de Pádua, onde em 2009 foi criada uma Cátedra com o seu nome – , para ali celebrar o Dia Mundial da Língua Portuguesa, por um lado, e, por outro, para apadrinhar a apresentação publica da edição italiana de “Quando”, que a Dom Quixote publicou em 2020.

Sob o lema “MANUEL, nome de poeta e de futuro, ALEGRE, nome de língua e de Portugal”, o poeta de Águeda tem à sua espera um dia inteiramente preenchido, entre palestras, debates, leituras de passagens dos seus livros e de vários dos seus poemas, encontros e partilhas com professores e alunos, sendo que o próprio Manuel Alegre encerrará a sessão com uma intervenção que tem como título Poesia e Libertação.

A organização está a cargo da Universidade de Pádua e do seu Departamento de Estudos Linguísticos e Literários, em colaboração com o Instituto Camões, que faz esta antevisão do evento:

«Será um momento de partilha, de novas reflexões e abordagens da sua obra, bem como um momento de diálogo entre os estudantes de português e o poeta, através da leitura de trechos da sua obra, além da premiação dos estudantes que participaram nas atividades de tradução e de redação sobre Manuel Alegre, que entregará certificados autografados.»

No mesmo dia será apresentada a edição italiana de “Quando”, publicado pela editora napolitana Homo Scrivens, numa tradução de Maria Luisa Cusatti, profunda conhecedora de toda a obra, não só a poética, de Manuel Alegre. “Quando”, recorde-se, foi escrito em 2020, em plena pandemia, e conquistou na altura o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa, atribuído por unanimidade do júri.

Trata-se de um longo poema que, não tendo interrogação, nos interroga. Um emocionante testemunho de vida, de mundo, de poesia. Na leitura das suas estrofes encontramos referências a Homero, Virgílio, Dante, Camões e Shakespeare mas também a Bob Dylan e a Mandela, à guerra colonial, a Estaline, ao Maio de 68 até à América onde se twita. Um texto de uma modernidade que impressiona.

De referir, por fim, que a Dom Quixote acaba de publicar Toda a Prosa, livro que como o próprio nome o indica reúne toda a obra ficcionada, escrita em prosa, por Manuel Alegre.