Teve lugar na Biblioteca Municipal de Oliveira do Bairro, a 7 de setembro, a apresentação do novo livro de Armor Pires Mota, “Mosteiro de Lorvão – nossas terras: nossos avós”. A sessão contou com a presença, na mesa, do presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Duarte Novo, e de Maria Alegria Marques. A apresentadora da obra é historiadora, galardoada, duas vezes, pela Academia Portuguesa de História, de que é membro, com os prémios Aboim dos Santos Lemos (2005) e Pedro Cunha Serra (2009) e medalha de ouro da Câmara Municipal de Mira.
A obra, editada pela Câmara Municipal, começou ainda em “tempos de mascarados devido à Covid-19”, referiu Armor Pires Mota, e teve o seu ponto de partida na leitura da comenda de Soza que “foi apresentada por, Paulo Lourenço, muito ligado ao Museu de S. Pedro da Palhaça”. O autor revelou que “queria saber se a comenda de Soza abrangia ou não a Palhaça e qual a relação da Palhaça com o Duque de Lafões”. Assim, de uma “forma simples”, começou uma aventura de três anos com muita pesquisa.
Paulo Lourenço acabou por ser “o intermediário entre nós [autor e Câmara Municipal], a Torre do Tombo e outras fontes, que foram muitas”. “Sem este apoio, não seria possível termos conquistado o pico da montanha”.
Resgate de memórias e origens esquecidas
O que também motivou a escrita de “Mosteiro de Lorvão – nossas terras: nossos avós” foi “a necessidade urgente de nos batermos contra o borrão do esquecimento”, disse Armor Pires Mota, algo que, confessou, movê-lo não só para a escrita desta obra, mas “desde sempre”, com a publicação da sua primeira monografia em 1990, “Oiã, Terras e Gentes”. Desde então, que era missão do autor o “audacioso compromisso de trazer para a mesa da cultura local muitos fragmentos da história que andava perdida”.
Missão essa sempre feita com “amor e paixão às terras e às gentes de hoje e de ontem”, da qual não se arrepende, pois acredita ser um “dever social cumprir este compromisso perante a comunidade”. Afinal, o próprio é filho de lavradores e neto de foreiros do Mosteiro de Lorvão, como muitos de nós, da região da Bairrada, seremos. Este livro “serve de luzeiro à memória de todos os foreiros e é uma singelíssima homenagem que lhes presta também a Câmara Municipal”.
“O livro aí está na sua singeleza e apontamentos de vária índole histórica ou monográfica, alguns bem curiosos”, acrescentou, dizendo, também, que não nos devemos encolher perante o investimento, de centenas de euros, que foi feito em pesquisas. Foi tudo feito em prol de desbravar o terreno da descoberta das origens bairradinas, tão essencial para as gerações futuras.
O autor espera que a leitura da obra dê tanta satisfação e desperte tanta curiosidade aos leitores como lhe deu ao escrevê-lo e afirma estar “por dentro de todas as páginas do livro”.
“Um dos melhores conhecedores da Bairrada”
A convite de Armor Pires Mota, foi a professora Maria Alegria Marques, ligada ao estudo do Mosteiro de Lorvão, que deu início à apresentação da obra, dando toda uma “lição” de história, a todos os presentes na sala. Esta reconheceu o autor como “um dos melhores conhecedores da Bairrada, da sua história e suas gentes” e que, com este livro, fruto de incontáveis horas de pesquisa, deu, entre muitos outros aspetos, uma luz sobre a origem de tantos nomes de localidades da Bairrada, “alguns que já nem existem”, assim como nomes de famílias.
Acrescentou que o autor “deixa denotado o seu amor à Bairrada em vários títulos da sua obra”, que a câmara municipal “faz bem em editar”, pois ajudam a perceber “o nosso meio, aquilo que somos, as nossas raízes e o que perspetivamos para o futuro”.
Ferramentas sobre a história da região
O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Duarte Novo, acredita que todos os presentes saíram da sala “mais ricos”, assim como a Biblioteca também ficou “mais rica” com a adição deste livro ao seu espólio, pois passou a ter “mais ferramentas para conhecermos a nossa história, assim como para a descobrir”. Avançou ainda que Armor Pires Mota tem contribuído para a educação destas temáticas, especialmente aos jovens, que são o futuro, sobre aquilo que é a nossa história e as nossas origens. Para terminar, apelou ao autor que continue “a fazer ainda mais estudos e a escrever mais sobre a história das nossas terras”.