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Autárquicas 2025 // Vagos  

Pedro Neto é o candidato do PS à Câmara Municipal de Vagos

Embora o PS não esteja atualmente representado no executivo municipal, Pedro Neto acredita que há margem para crescimento: “Há uma insatisfação latente entre muitos vaguenses (…). Acredito que podemos ser uma alternativa credível.”

Pedro Neto é o nome escolhido pelo Partido Socialista para disputar a presidência da câmara municipal de Vagos nas próximas eleições autárquicas. Natural de Santa Catarina, o candidato tem um percurso marcado pela liderança da Amnistia Internacional Portugal e pela defesa dos direitos humanos. Aos 45 anos, avança com a promessa de uma candidatura de “serviço e missão”, alicerçada naquelas que entende serem as principais necessidades da população vaguense.

Pedro Neto é licenciado em História pela Universidade de Lisboa, mestre em Gestão e Administração Pública e doutorando em Políticas Públicas na Universidade de Aveiro, onde investiga liderança comunitária e direitos humanos. Possui ainda uma pós-graduação em Ciências da Educação pela Universidade de Coimbra. Para além do cargo que desempenhou na Amnistia Internacional até ao passado mês de fevereiro, fundou a ORBIS – Cooperação e Desenvolvimento, com sede em Aveiro, e acumulou experiências diversas em projetos nacionais e internacionais.

Depois de já ter sido deputado municipal, regressa ao espaço autárquico de Vagos com um programa ainda em construção, mas já com prioridades bem definidas. Entre elas estão “a reorganização da rede viária”, a “limpeza e reabertura de caminhos florestais e agrícolas” e a aposta em “transportes públicos não poluentes, com cobertura alargada às freguesias mais periféricas”.

Também a cultura surge como uma das bandeiras do seu projeto. Pedro Neto propõe a criação de “um centro cultural com valências museológicas e capacidade para acolher espetáculos e residências artísticas”, ainda que reconheça que algumas dessas funções poderão ser parcialmente supridas pelas obras adjacentes ao Palacete. A “promoção das tradições locais”, o estudo de “possíveis novas geminações em países africanos lusófonos”, e a “criação de um grupo de teatro” também fazem parte do seu plano para dinamizar o concelho.

O turismo e o ambiente ocupam, igualmente, lugares de relevo nas suas propostas. Pedro Neto quer promover os recursos naturais do concelho com a “criação de passadiços, trilhos pedestres, ciclovias e centros de interpretação”. Propõe ainda o “alargamento da época balnear” e a “melhoria das condições de higiene e segurança nas praias”, apostando numa “sinalética mais acessível”.

Promete intervir, igualmente, na ampliação da cobertura de saneamento básico – “um direito fundamental” –, na recolha e gestão de resíduos, no apoio ao comércio local e à industrial, no incentivo à realização de feiras no pavilhão Dr. João Rocha e no reforço do apoio às IPSS e associações do concelho. O socialista defende ainda a criação de programas de valorização da população sénior e a aposta no desporto como eixo para a promoção da saúde e da coesão social.

Embora o PS não esteja atualmente representado no executivo municipal, Pedro Neto acredita que há margem para crescimento: “Há uma insatisfação latente entre muitos vaguenses, um cansaço do ‘politics as usual’. Acredito que podemos ser uma alternativa credível.”

Inverter o ciclo num reduto da direita

Pedro Neto assume esta candidatura num contexto político tradicionalmente adverso ao PS – Vagos é, há décadas, um bastião da direita, com domínio sucessivo do PSD e, antes disso, do CDS. O candidato socialista, porém, prefere olhar para esse histórico como uma oportunidade. “O facto de as expectativas estarem baixas dá-nos liberdade para construir uma alternativa baseada no diálogo e no trabalho”, considera, defendendo que, a nível local, as diferenças ideológicas devem dar lugar à ação. “Todos querem o desenvolvimento do concelho e isso faz-se com estratégias e mobilização de pessoas e recursos”, aponta.

Recorde-se que, em 2021, o PSD venceu as eleições autárquicas em Vagos com 60,7% dos votos, enquanto o PS obteve apenas 8,75%. Atualmente, o executivo municipal é composto por seis eleitos do PSD e um do CDS-PP, não havendo qualquer vereador socialista. Nas próximas eleições, que deverão decorrer entre setembro ou outubro, Pedro Neto enfrentará Hugo Santos (CDS-PP) e Rui Cruz (PSD), este último regressando à corrida 12 anos após ter deixado a presidência do município.

Afonso Ré Lau