A 33.ª edição da Expofacic abriu oficialmente na quinta-feira, 31 de julho, na presença do ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, que destacou a importância do certame para a região e para o país.
Na cerimónia de inauguração, a presidente da Câmara de Cantanhede, Helena Teodósio, enalteceu o envolvimento da comunidade e o dinamismo da feira, que durante 11 dias evidencia a vitalidade económica e cultural do concelho. A autarca aproveitou a presença do governante para reforçar preocupações com o setor agrícola, em especial vitivinícola – um dos pilares da economia local -, alertando para os impactos negativos do aumento de tarifas impostas pelos EUA às exportações de vinho da União Europeia. Reivindicou uma resposta rápida do governo, nomeadamente com o reforço da rotulagem, que permita distinguir o vinho nacional de outros engarrafados em Portugal, mas de origem estrangeira.
Helena Teodósio sublinhou ainda a necessidade de apoiar outros setores agrícolas relevantes no concelho, “como as hortícolas, as forragens, a pecuária e o leite, a exploração florestal”, sem esquecer “a forte expressão que temos ao nível industrial e cooperativo”. Importante também, acrescentou, “é criar incentivos às práticas agrícolas sustentáveis e à investigação técnica e a necessidade de aproximar a comunidade científica dos agricultores” e “continuar e incentivar a criação de novas linhas de apoio à renovação e aquisição de máquinas agrícolas”. Chamou também a atenção para os entraves causados pelo minifúndio, pedindo novas medidas que promovam o emparcelamento. “Sabemos que o governo já avançou com medidas importantes relativas ao incentivo ao emparcelamento dos prédios rústicos (…). Mas é preciso criar condições e vantagens que favoreçam esse processo, no sentido de gerar propriedades que possam ser constituídas como unidades de cultura, como por exemplo subsidiar os custos das escrituras e outras isenções”, reforçou a autarca.
Helena Teodósio encerrou o seu discurso inaugural com um agradecimento a todos os que contribuíram para o sucesso da Expofacic, destacando o papel da união da comunidade como chave para a vitalidade do evento.
É essencial diversificar mercados
Na sua intervenção, José Manuel Fernandes assegurou que várias das preocupações levantadas já estão a ser abordadas pelo governo. Destacou os resultados positivos das exportações agrícolas em 2024 – superiores às de 2023, contrariando a tendência mundial – e revelou um superavit de 800 milhões de euros no setor.
Quanto à rotulagem, garantiu que já foi publicada uma portaria para evitar que os consumidores sejam enganados quanto à origem dos vinhos.
Relativamente às tarifas norte-americanas, considerou essencial diversificar mercados, apontando o Brasil e o Canadá como apostas estratégicas. O ministro anunciou também o reforço da fiscalização e revelou medidas para apoiar a modernização e autonomia energética das cooperativas agrícolas.
Sobre o emparcelamento, admitiu a necessidade de remover entraves legais e burocráticos, incluindo o custo dos registos. “Em boa hora, o sr. primeiro ministro declarou guerra à burocracia. A simplificação é uma obrigação que temos de ter, tão importante como os apoios que temos a dar”, realçou José Manuel Fernandes.
O ministro terminou elogiando o espírito de união e resiliência da comunidade cantanhedense, visível no sucesso contínuo da Expofacic.
A 33.ª edição da feira-festa de Cantanhede termina no próximo domingo, dia 11 de agosto.
Auditório Municipal de Cantanhede apresentado ao ministro José Manuel Fernandes
Integrado na estratégia de regeneração urbana de Cantanhede, o futuro Auditório Municipal foi apresentado durante a inauguração da 33.ª Expofacic, ao ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes.
O equipamento será implantado no parque Expo-Desportivo de S. Mateus, zona nascente da cidade, reforçando a coesão urbana e ambiental. A centralidade do edifício relativamente a vários importantes equipamentos coletivos é reforçada pela localização contígua à principal via de acesso à Praça Marquês de Marialva.
Concebido como estrutura cultural polivalente, o auditório incluirá uma sala com 500 lugares e um palco apto para acolher todos os géneros de espetáculos, bem como congressos, colóquios e seminários.
O projeto aposta na sustentabilidade e insere-se numa rede de equipamentos coletivos que reforçam a centralidade da cidade. Além da vertente performativa, contempla estúdios de áudio e vídeo preparados para gravações de música e programas televisivos, entre outros.
A envolvente paisagística integra uma estrutura verde de fruição pública, com espaços relvados e circuitos pedonais, culminando num anfiteatro ao ar livre para cinco mil pessoas, que funcionará como extensão natural do edifício e palco de grandes eventos.
O novo auditório pretende afirmar-se como espaço de encontro, criação e valorização cultural acessível a toda a comunidade.