Assine já


Águeda // Fermentelos // Sociedade  

Pateira de Fermentelos recebe nova ceifeira para combate aos jacintos-de-água

Máquina de fabrico neerlandês, considerada uma das maiores do género a nível europeu, a nova ceifeira foi concebida para atuar em grandes lagos e rios, garantindo maior eficiência e rapidez na remoção de plantas aquáticas infestantes e detritos flutuantes.

Na passada terça-feira, 30 de setembro, foi entregue, na Pateira de Fermentelos, uma nova ceifeira aquática destinada a reforçar a luta contra as plantas invasoras, em particular o jacinto-de-água. O equipamento, adquirido pelo município de Águeda, representa um investimento de cerca de 800 mil euros, comparticipado em 700 mil pelo Fundo Ambiental e pelo ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

Trata-se de uma Conver MC 106, máquina de fabrico neerlandês, considerada uma das maiores do género a nível europeu. Com mais de 16 metros de comprimento, capacidade para transportar até 6,5 toneladas de biomassa e equipada com sistema de corte, recolha e descarga automática, a nova ceifeira foi concebida para atuar em grandes lagos e rios, garantindo maior eficiência e rapidez na remoção de plantas aquáticas infestantes e detritos flutuantes, além de uma longa vida útil e baixos custos de manutenção. A ceifeira pode ainda operar em zonas de apenas 50 centímetros de profundidade, graças a propulsores semelhantes aos dos navios, mantendo mobilidade mesmo quando carregada com várias toneladas de jacintos.

A aquisição surge como resposta à crescente necessidade de preservação da Pateira, cuja biodiversidade e potencial turístico têm sido afetados pela proliferação de jacintos-de-água. Desde 2007, a limpeza tem sido feita com recurso a uma máquina de origem canadiana, ainda em funcionamento, mas já limitada pela idade e pelo desgaste.

Jorge Almeida, presidente da Câmara Municipal de Águeda, enaltece a relevância deste reforço: “Estamos a falar de uma ceifeira aquática com tecnologia moderna, muito mais capaz de remover a vegetação aquática do que a que temos em atividade. É um investimento necessário. Sem este trabalho, a nossa Pateira já não seria mais do que uma memória para toda a comunidade.”

O autarca lembra que Águeda é o único município, entre os três que partilham margens da Pateira (os outros são Oliveira do Bairro e Aveiro), a retirar jacintos-de-água de forma sistemática, assegurando não só a manutenção do equipamento como toda a logística associada, desde a recolha à deposição em terra.
Com a nova máquina já na água, decorrerá uma formação para os operadores municipais. Jorge Almeida espera que a operação efetiva comece “imediatamente a seguir”, aproveitando a fase do ano em que os jacintos se reproduzem com maior intensidade.

Com esta aposta, Águeda reafirma o seu compromisso de proteger e valorizar aquela que é a maior lagoa natural da Península Ibérica, salvaguardando o seu valor ambiental, turístico e desportivo.

Afonso Ré Lau