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Anadia // Bairrada  

“Amores da Curia” fazem as delícias dos gulosos

“Um sucesso”, foi a conclusão tirada por muitos agentes ligados à restauração, hotelaria e pastelarias, no final do workshop promovido no passado dia 15, no Hotel Palace da Curia. Promovido pela  Confraria Gastronómica do Leitão da Bairrada, em parceria com a Associação Comercial e Industrial da Bairrada (ACIB) e Turismo Centro de Portugal (TCP), o evento que visa fazer renascer os pastéis “Amores da Curia” contou com a presença de alguns dos mais conceituados chefes portugueses (Hélio Loureiro, Luís Lavrador, Helmut Ziebell, Marco Gomes, Orlando Esteves, Carlos Pimentel, Orlando Esteves, Castro e Paulo Queiroz e Orlando Castro) que, no final do workshop, aceitaram o desafio proposto pela Confraria, empratando em deliciosas, originais e atractivas sobremesas os recém-apresentados “Amores da Curia”, evidenciando assim a sua versatilidade.
Para António Duque, mordomo-mor da Confraria Gastronómica do Leitão da Bairrada, a iniciativa “contribui para levar mais longe o nome da Bairrada”, cumprindo os objectivos da Confraria, que passam pela valorização e divulgação dos usos e costumes tradicionais, dinamizando e fomentando o consumo das iguarias da região e a sua confecção tradicional. Para além do Leitão e do espumante, também os “Amores da Curia” devem, segundo este responsável, ser assumidos como uma especialidade da região, por isso renascem agora, respeitando a receita original mas num novo formato. Um finíssimo folhado estaladiço, recheado com ovos moles e polvilhado com açúcar em pó. Pastéis que, com o passar do tempo e sem se saber por quê, perderam o lugar distinto que mereciam (foram criados por Emília Wissmann, no início do século XX, na Curia), mas agora recuperado, ainda que vão necessitar do empenho das pastelarias, hotéis e restaurantes da região para vingar. António Duque sublinhou ainda o facto do pastel manter a receita original, tendo apenas sido realizado um ajuste no tamanho (mais pequeno) e na forma (de rectângulo passa a coração).
A Confraria criou ainda uma embalagem própria, com um visual muito atractivo para oferecer e vender,  e que poderá ser adoptado pelas pastelarias da região da Bairrada que adiram a este desafio.
“Trata-se de uma embalagem personalizada, específica e muito digna para acondicionar este doce” que pode ser vendido e oferecido.
Para Pedro Machado, da TCP, os “Amores da Curia” integram um vasto património cultural e gastronómico da região e do país. Para este responsável, “a região e o país estão mais ricos”,  pois foi elevada a fasquia daquele que é um dos cartões de visitas (gastronomia) turístico da zona Centro do país, reforçando as marcas Bairrada, Centro e Portugal. Por outro lado, uma oportunidade que deve ser agarrada pelos empresários, “uma nova fileira de negócio”.
De igual forma, Emília Abrantes, presidente da ACIB, sublinhou o valor que este pastel poderá representar para a economia local e que deve ser aproveitado pelo sector.
A terminar, Madalena Carrito, da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, destacou o papel desta confraria bairradina na “defesa, promoção e divulgação da gastronomia regional”, ajudando a recuperar um “património imaterial” que é a gastronomia.

Catarina Cerca
catarina@jb.pt