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Aveiro // Sociedade  

Marcha de tratores na Agrovouga por “medidas urgentes” no setor agrícola

Os agricultores pretenderam chamar a atenção para a defesa da produção nacional, o aumento dos rendimentos dos produtores, e pelo fim do aumento dos preços à produção, entre outras medidas.

A abertura da feira Agrovouga, na sexta-feira, dia 17, ficou marcada por uma grande marcha de tratores, iniciativa de protesto promovida pela União dos Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro (UABDA), com o apoio da Confederação Nacional de Agricultura (CNA). Os agricultores pretenderam chamar a atenção para a defesa da produção nacional, o aumento dos rendimentos dos produtores, e pelo fim do aumento dos preços à produção, entre outras medidas. De acordo com a CNA, “os rendimentos degradam-se e o preço que recebem pela produção, nomeadamente de leite, não chega, na maior parte das vezes, para cobrir os custos de produção”.

Foram 30 os quilómetros percorridos pelos agricultores, na maioria jovens e produtores de leite, com os seus tratores, entre Válega e a cidade de Aveiro, numa intenção de reclamar ao Governo “medidas urgentes”, as quais já haviam ficado expressas numa carta, redigida pela UABDA e dirigida, não só ao governo, como também ao Presidente da República e aos partidos com assento parlamentar.

A falta de condições no setor agrícola, evidenciada, por exemplo, pelas 200 explorações leiteiras encerradas no distrito de Aveiro, só em 2022, num total de 2000, foi um dos motivos para esta marcha, na qual foi aprovado, pelos agricultores presentes, um conjunto de reclamações. Entre elas, condições para escoamento de produtos; regulação e fiscalização da atividade da grande distribuição; controlo das importações; regulação dos preços dos fatores de produção, nomeadamente, gasóleo, eletricidade, fertilizantes, rações e máquinas; ou ainda, aumento dos descontos para o gasóleo agrícola.

Para além destas medidas, exigem ainda que sejam concretizadas “de uma vez por todas e de uma forma plena e estruturada”, as medidas preconizadas no Estatuto da Agricultura Familiar, pela soberania alimentar do país, através, nomeadamente, de um reforço dos meios do ministério em questão, assim como de um “melhor apoio técnico e financeiro” para as pequenas e médias explorações familiares.