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Mealhada // Sociedade  

Vereador Hugo Silva responde a queixa crime apresentada por presidente da Câmara

Vereador da oposição referiu no ano passado, que “esfumaram-se dos cofres camarários quase três milhões de euros”. E agora responde à queixa-crime avançada pelo presidente da Câmara.

O vereador da oposição na Câmara da Mealhada, Hugo Silva, acaba de reagir à queixa-crime apresentada pelo presidente do município, Rui Marqueiro, sobre o facto do vereador ter referido, no ano passado, que “esfumaram-se dos cofres camarários quase três milhões de euros”.

Em junho do ano passado, já Rui Marqueiro tinha avançado que levaria o assunto para os tribunais, em resultado daquelas declarações de Hugo Alves Silva, que publicamente, numa carta que enviou para a Assembleia Municipal, amplificada na comunicação social e nas redes sociais, considerou que o executivo “fez esfumar”cerca de três milhões de euros.

O líder do executivo afirmou, entretanto, que Hugo Silva, “apesar de várias vezes convidado a retratar-se, recusou fazê-lo e muito menos pedir desculpa ao presidente da Câmara, alegando que a sua afirmação não é ofensiva, que é apenas uma opinião”.

Entretanto, num comunicado enviado ao nosso jornal nesta quarta-feira, Hugo Silva reage à queixa-crime, começando por fazer saber que está na política “por opção, por convicação” e “não permitirei a confusão ou a alusão associada a outros casos suspeitos de crimes graves, com métodos que repudio política e pessoalmente”.

“Fizeram queixinhas de mim – o presidente e os seus três vereadores. Aqueles que tenho enfrentado cara a cara, no campo político no concelho decidiram apresentar uma queixa-crime contra mim. Por fazer uma análise literal dos resultados contabilísticos acumulados do município, por defender na política aquilo que todos queremos, equilíbrio, resultados positivos e investimento que melhore a vida das pessoas e as condições de atracção das empresas”, frisou o vereador.

Repetindo o teor da carta que enviou à Assembleia em maio de 2020, o vereador eleito pelo movimento Juntos Pelo Concelho da Mealhada, reitera que a acusação de que é alvo “é bem diferente das que outros políticos mealhadenses têm a pender sobre si”.

“Quando a oposição define um caminho de verdade nada consegue alterá-lo, nada mesmo. Se tiver de ser, irei a Tribunal defender o que escrevi, sem subterfúgios e sem desdizer uma palavra”, termina o candidato.

O texto da discórdia

Hugo Silva, neste comunicado, replica o texto que deu origem a este diferendo com o executivo, que entretanto acabou nos tribunais. E que a seguir reproduzimos:

“Na economia sempre se recorreu a financiamentos, sempre se projectou investimento imediato antevendo receita futura, porque é no presente que a população retira partido da obra realizada deixando, normalmente, obra paga à geração seguinte e tirando partido da obra paga pela geração anterior.
Aqui aconteceu o oposto desde 2013, executou-se investimento em valores que baixaram aos 38% do orçamentado anualmente – numa média a 6 anos inferior a 50% – e ainda assim, neste mesmo período, esfumaram-se dos cofres municipais quase 3 milhões de euros em resultados negativos acumulados.
Ora, investir metade do que se orçamentou e ainda assim gastar mais 3 milhões do que se recebeu em 6 anos só poderia dar origem a um resultado desastroso.”