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Águeda // Sociedade  

Escola de Águeda quer produzir energia elétrica a partir de biomassa

O projeto da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda pretende apresentar uma alternativa sustentável à utilização de combustíveis fósseis na produção de energia.

Produzir energia elétrica a partir de biomassa é o objetivo do Projeto SUBe, desenvolvido na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda da Universidade de Aveiro (ESTGA-UA), sob a coordenação de Valter Silva.

Esta semana foi cumprida com sucesso mais uma etapa de um projeto inovador que propõe uma alternativa mais económica, eficiente e sustentável à utilização de combustíveis de origem fóssil.

A escola avança que foi bem-sucedido o primeiro ensaio efetuado esta semana ao gasificador, um dos componentes fundamentais da unidade geradora de energia em desenvolvimento desde 2019, a partir da ESTGA-UA.

Desenvolvido por uma equipa constituída pelos docentes Valter Silva (Coordenador), Miguel Mendonça, Fernanda Resende, André Sá, Pedro Gonçalves, Artur Ferreira e António Barbosa e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o Projeto SUBe (Small Scale Power Generation Unit Using Biomass Gasification) pretende apresentar uma alternativa sustentável à utilização de combustíveis fósseis na produção de energia.

Para tanto, é necessário gerar gás (chamado gás combustível) num gasificador e de seguida usar esse gás como combustível num motor de combustão interna que aciona um gerador de energia. O gás produzido necessita de ser arrefecido e limpo e, como tal, estes dois estágios são efetuados logo após a sua produção no gasificador.

Para além do gasificador, a equipa já desenvolveu o sistema de arrefecimento e limpeza do gás produzido para posterior uso no motor de combustão interna. Atualmente desenvolvem-se testes ao gasificador, assim como ao sistema de mistura combustível-ar que doseará a entrada de combustível no motor de combustão interna.

De acordo com Valter Silva, este projeto tem como principal finalidade o aproveitamento da biomassa florestal excedente, dando-lhe um valor (para a geração de energia elétrica) e prevenindo, assim, incêndios. “A ideia chave é utilizar os restos florestais para usar como combustível num gerador elétrico convencional a gasolina (com as devidas alterações)”. O coordenador do projeto acrescenta que as pequenas quantidades de energia produzidas poderão vir a ser comercializadas e ser, por exemplo, usadas em quintas ou casas rurais, sendo consumidas por qualquer aparelho que tenhamos em casa.

A novidade que apresenta agora a unidade geradora de energia face ao sistema de produção de energia a partir da biomassa – conhecida há muito tempo e até usada na 2ª grande guerra mundial para movimento de camiões – é a sua dimensão preço e tecnologia. “Normalmente as dimensões são muito maiores do que a que estamos a fazer e o preço muito superior”, explica o coordenador deste projeto, cujo terminus deverá prolongar-se para além do final de fevereiro de 2022, devido aos constrangimentos provocados pela pandemia, tanto na compra de componentes como na necessária presença física da equipa.