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Águeda // Sociedade  

Parque da Boiça requalificado é obra do Orçamento Participativo de Águeda

Obra do OP, num investimento de 28.029 euros, foi muito além do proposto, numa intervenção ambiental da Junta de Valongo do Vouga, que contou com o apoio da Câmara.

A Câmara Municipal de Águeda acaba de entregar à população a requalificação do Parque da Boiça, em Valongo do Vouga, realizada no seguimento de uma proposta do Orçamento Participativo (OP), que, entre outros trabalhos, implicou a construção de sanitários, a requalificação de caminhos e a instalação de uma ponte pedonal para fazer a ligação entre as margens da Ribeira da Aguieira.

Embora tenha partido de uma proposta do OP, num investimento de 28.029 euros, a obra foi muito além do proposto, numa intervenção ambiental da Junta de Freguesia (JF) de Valongo do Vouga, que contou com o apoio da Câmara de Águeda e da Agência Portuguesa do Ambiente e que transformou a Aguieira e o Parque da Boiça num espaço ecologicamente sustentável.

“Naquele momento, em que este projeto venceu o OP, ninguém imaginava o que hoje está aqui”, disse Jorge Almeida, presidente da Câmara de Águeda, recordando que esta zona estava degradada, a ribeira cheia de entulho, os muros caídos e toda a zona envolvente em mau estado.

Lembrando que o projeto partiu de um sonho de alguns proponentes, mas que deu origem a novos sonhos, mais ambiciosos e concretizados, o Edil enalteceu o empenho, dedicação e trabalho de todos quantos contribuíram para que a obra fosse possível. “Encontrámos esta solução, quanto a mim, fantástica, de entregar a maior parte das obras propostas do OP às Juntas de Freguesia para elas realizarem, num processo que as envolve mais, conseguindo ganhos indiscutíveis” e dos quais Valongo do Vouga “é o melhor exemplo”.

“O Sr. presidente da JF foi absolutamente incansável, ele acolheu o sonho dos proponentes, sonhou ainda mais alto e, mais do que tudo isso, fez. E fê-lo com poucos meios, procurando todos os apoios possíveis para concretizar este projeto”, sublinhou Jorge Almeida.

O projeto realizado pela JF, para além de ter solucionado o problema da queda dos muros e da degradação da ribeira, com a sua renaturalização, permitiu que pudessem ser introduzidas novas dinâmicas de promoção e educação ambiental, implementando no espaço um laboratório de rios, no âmbito do LabRios+, e tornando a ribeira num exemplo demonstrativo das técnicas de base natural aplicadas.

Valorizar a paisagem natural da Ribeira da Aguieira; recuperar e estabilizar as margens fluviais deste curso de água, recorrendo a soluções técnicas de engenharia natural; favorecer a valorização da paisagem natural daquela região e a biodiversidade do curso de água; incentivar nas pessoas o contacto com a natureza, com comprovados benefícios na melhoria do estado de saúde, tanto físico como emocional; e fomentar os habitats naturais, criando as condições necessárias para a utilização deste espaço pelas espécies animais autóctones foram alguns aspetos tratados neste projeto, da autoria de Pedro Teiga.

As margens da ribeira foram modeladas, com limpeza e remoção de resíduos, bem como foi colocada estacaria viva, plantadas árvores e arbustos autóctones e criado um anfiteatro natural. Foram ainda recuperados os muros de pedra existentes, bem como foi feita a recuperação do açude e criadas rampas para peixes, entre outras técnicas.

“Hoje é um dia importante para a freguesia, é o corolário de um processo no qual se conseguiu objetivos muitos importantes”, declarou Filipe Falcão, presidente da JF de Valongo do Vouga, salientando que “apesar da complexidade da intervenção”, a Ribeira da Aguieira é, agora, “um grande exemplo do Laboratório de Rios e que vai ser um local de exibição, para muitas pessoas e organismos, de como se faz este tipo de obras”.

Hoje, o Parque da Boiça é “um bom exemplo para o dia de amanhã”, disse ainda o autarca, frisando que a JF deu “voz e expressão com rigor a parte de um projeto que as pessoas tinham em mente”, acrescentando muito mais do que proposto, e que “sem a abnegação e o apoio da Câmara Municipal não teríamos chegado tão longe”.

Um dos proponentes do OP declarou que “esta obra vem dignificar Valongo do Vouga e o concelho de Águeda”, desejando que a população “trate e cuide deste espaço como merece”, porque o parque é “de todos e por isso não deve nem pode ser vandalizado”.

De referir que foi transferida para este local a casa-modelo do “Águeda Concept” e que foi agora reconstruída pela Aguimóveis, mas que irá ser inaugurada posteriormente, dado resultar de um outro projeto de intervenção. “Encontrámos finalmente uma utilização adequada para este equipamento e temos tudo tratado com o Ministério do Ambiente para que seja um centro importante no âmbito da reabilitação e valorização de rios e recursos hídricos, regional e nacional”, concluiu Jorge Almeida.