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Oliveira do Bairro // Palhaça  

Investigadora oliveirense Mara Freire ingressa na Academia Europeia de Ciências

A distinção da Academia das Ciências de Lisboa foi atribuída em julho e a da European Academy of Sciences ocorreu em outubro.
A investigadora tem raízes na Palhaça e tem sido reconhecida com várias distinções.

A investigadora com raízes na Palhaça (Oliveira do Bairro), Mara Freire, ingressou na Academia Europeia de Ciências (European Academy of Sciences – EurASc) e na Academia das Ciências de Lisboa. “Sinto-me lisonjeada por ambas as nomeações e distinções. É uma enorme honra poder fazer parte de tão ilustres e nobres academias. Ambas são o reflexo de muita paixão e dedicação à ciência ao longo da minha carreira.” Foi desta forma que a investigadora do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro e Departamento de Química comentou as nomeações para ambas as academias.

A distinção da Academia das Ciências de Lisboa foi atribuída em julho e a da European Academy of Sciences ocorreu em outubro de 2022. As duas nomeações seguiram processos e avaliações independentes. Por isso, a investigadora considera ser “uma felizarda por ter conseguido ingressar em ambas as academias no mesmo ano”.

A relevância e a evolução da investigação em anticorpos da gema de ovo como potenciais biofármacos no combate a doenças infeciosas, coordenado por Mara Freire, tem sido abundantemente reconhecido com distinções várias e a conquista de duas bolsas do European Research Council (ERC).

A primeira bolsa do ERC, projeto IgYPurTech, permitiu desenvolver um processo eficiente e de baixo custo para a purificação de anticorpos da gema de ovo. Na segunda bolsa do ERC (PureIgY) foi validada a atividade biológica dos anticorpos purificados e criada a spin-off da UA, RYA-Purification Technologies. Atualmente, decorrem os ensaios in vivo em modelos animais com anticorpos específicos para doenças infeciosas. Após estes, e apenas se os resultados forem promissores, poderão, depois, avançar os ensaios clínicos em humanos para que possa vir a ser validada esta nova solução pelas entidades regulamentares e a sua posterior utilização em humanos. Estes ensaios, contudo, exigem um elevado montante financeiro. Como tal, nos últimos tempos, a equipa tem trabalhado na captação de financiamento. Se tudo correr como previsto, as etapas seguintes demorarão, pelos menos, 4 a 6 anos (até a aprovação dos anticorpos da gema de ovo como biofármacos e sua utilização pela sociedade).

Mara Freire já recebeu outras distinções, tais como: o ECTP-NETZSCH Young Scientist Award (2014), foi uma das 20 melhores “Mulheres na Ciência” em Portugal (2016), uma das 14 estrelas em ascensão na área da Química Verde, segundo a revista Green Chemistry (2017), uma das 100 mulheres em Química pela Royal Society of Chemistry (2018), recebeu a “Medalha Vicente de Seabra” (2018) e a distinção “Born from Knowledge” da Agência Nacional de Inovação na área de Saúde (2018). Em 2021, foi distinguida com o Prémio Investigador UA. Entre 2017 e 2021, a investigadora foi selecionada, a nível nacional, para o Seminário dos Jovens Cientistas da Academia das Ciências de Lisboa.

A restrita lista de membros da European Academy of Sciences inclui mais três académicos da UA: João Rocha, Artur Silva e João Mano.