Assine já
Oliveira do Bairro

ExpoBairrada atraiu 30 mil visitantes mas ficou aquém do esperado

A noite de sexta-feira, com o espetáculo de Matias Damásio, foi a mais forte da ExpoBairrada 2025.

A edição de 2025 da ExpoBairrada, que decorreu entre 2 e 6 de julho no Espaço Inovação, em Oliveira do Bairro, recebeu cerca de 30 mil visitantes. A feira, promovida pela Câmara Municipal, voltou a ser uma montra do setor industrial, agrícola e comercial do concelho, aliando gastronomia, animação e concertos ao espaço de exposição.

Duarte Novo, presidente da Câmara Municipal, considera o balanço da feira “muito positivo”, sublinhando a satisfação dos empresários participantes: “Os empresários com quem falámos estão bastante satisfeitos com a organização e querem repetir a sua presença em 2026”. O autarca destacou ainda a importância da vertente económica da feira, “que é a mais importante e o principal motivo do nosso investimento”, sem esquecer o papel atrativo dos espetáculos musicais.

Pelo palco principal passaram artistas como Carolina Deslandes, Nuno Ribeiro, Van Zee, Matias Damásio, Richie Campbell, e Paulo de Carvalho.

A mostra contou com cerca de 130 expositores, com destaque para as áreas da indústria, agricultura e comércio, 15 restaurantes explorados por associações concelhias e uma tenda dedicada a produtores locais de vinhos e espumantes.

A Associação Comercial e Industrial da Bairrada (ACIB) também marcou presença, promovendo no seu espaço vários workshops temáticos, dirigidos ao tecido empresarial.

“Questões de segurança”

Questionado sobre as queixas de alguns operadores de bares, que alegaram prejuízos devido a atrasos nos concertos e ao encerramento antecipado de uma das noites, o vice-presidente da autarquia, Jorge Pato, reconheceu um ou outro atraso e a antecipação do encerramento no sábado “por questões de segurança”, mas defendeu que “estes factos não terão sido um fator significativo de redução de vendas”.

Quanto à menor afluência de público, que terá ficado aquém da fasquia dos 40 mil visitantes anunciados, o autarca apontou vários fatores: “A aposta muito forte no início do Agitágueda, o programa menos conseguido na quinta-feira e o tempo muito quente no fim de semana, que convidava a ir à praia.” Ainda assim, assegura, “o evento teve uma adesão significativa nas noites em que decorreu”.

Alguns visitantes ouvidos pelo JB consideraram que a área de exposição “está cada vez mais pobre e com pouca inovação”, com repetições de empresas e grandes espaços ocupados por poucos expositores. Jorge Pato refuta essa ideia, admitindo apenas que pode haver uma sensação de “déjà vu” devido à presença regular das principais empresas do concelho. “A questão do espaço ocupado é uma falácia, porque nesta edição foram reduzidos os espaços maiores face ao ano passado”, acrescentou, remetendo para o próximo executivo a eventual decisão de reabrir a feira a empresas de fora do concelho.

Outras críticas centraram-se na alegada fraca atratividade do cartaz para públicos mais velhos e no reduzido retorno económico para artesãos e expositores. “Com exceção da quinta-feira, em que o cartaz musical estava direcionado para os jovens, em todos os outros dias o pavilhão foi muito frequentado”, garante o vice-presidente, acrescentando que na sexta-feira o encerramento do pavilhão foi mesmo adiado devido ao número de pessoas no interior.

Entradas limitadas

A limitação de entrada no recinto após a 1h também gerou descontentamento entre operadores de bares, que viram nisso um entrave à receita. Jorge Pato esclarece que “o limite horário foi definido por questões de segurança”, acrescentando que esta prática “é comum na maioria dos eventos do género”.

As bilheteiras, físicas e online, encerravam à meia-noite e só quem já tivesse bilhete poderia entrar depois dessa hora (até à 1h).

Outra questão levantada prende-se com o encerramento do pavilhão à meia-noite, sendo que este é o local onde se encontra a única caixa multibanco. A autarquia admite que este é um ponto a melhorar e que poderá ser equacionada, no futuro, a instalação de uma caixa multibanco móvel no exterior.

Apesar dos reparos, a autarquia faz um balanço globalmente positivo da edição de 2025 da ExpoBairrada, destacando o envolvimento das associações locais na zona de restauração, a dinamização empresarial promovida pela ACIB e a visibilidade que o evento continua a garantir às principais marcas do concelho.