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Jorge de Almeida Castro

Presidente da Direção Pedagógica da Escola Profissional de Aveiro

Qualidade na Escola. Qualidade nas Empresas

Estou a pensar na qualidade. Estou a pensar no que a qualidade pode e deve ser. Qualidade nas empresas, com certeza. Mas qualidade também na educação!
Penso nos bons resultados em educação, e o que eles podem e devem significar para o futuro das empresas, educando pessoal e profissionalmente os jovens que elas precisam.

Os bons resultados não são um acidente e nem se conseguem de maneira espontânea ou automática. Na educação, nas escolas que se distinguem, os bons resultados surgem de modo intencionado, com uma organização e propósitos claros, com metas e prazos programados de acordo com o tipo de objetivos que se espera alcançar.

Os parâmetros curriculares que regem a educação e a formação em Portugal nos últimos anos indicam, nas diversas áreas das competências, o que as crianças e os jovens devem saber e saber-fazer com aquilo que aprendem (ou lhes é ensinado).

E de facto a nossa sociedade necessita de cidadãos competentes, capazes de perceber e delimitar problemas, de propor soluções e de adaptar-se continuamente às necessidades de mudança; necessita de cidadãos felizes e capazes de orientar a sua vida. Necessita de mais qualidade na educação.

Falamos então de qualidade na educação quando os alunos alcançam os objetivos propostos; quando as escolas se centram nas necessidades dos alunos com a finalidade de oferecer oportunidades de aprendizagem de forma ativa, colaborativa e cooperativa, através de experiências ricas e com vínculos assertivos com a realidade, de maneira que se fortaleçam os talentos individuais e os diversos estilos de aprendizagem.

E falamos também de qualidade na educação quando, com o que aprendem, os alunos-pessoas efetivamente sabem e conseguem utilizar o que sabem de forma competente e ajustada.

Mas para isso as escolas têm de continuar a marcha que as tornam mais capazes, mais eficazes, mais esclarecidas. E sê-lo-ão assim quando, entre muitas características que nelas podem inscrever em relação aos que aprendem, assumirem a meta fundamental de conseguir motivar os seus alunos – motivá-los a aprender tanto nas habilidades básicas como nas aprendizagens metacognitivas.

E em relação aos que ensinam – os educadores, os professores, os formadores –, na sua vocação de educar e de formar gente para a vida, importa que consigam interpretar e levar a que os seus alunos, os seus aprendizes, sejam capazes de cultivar a competência e a responsabilidade que a vida lhes exige. O que não fizer sentido, não pode e não deve ser ensinado!

Qualidade em educação é, no fundo, colocar às escolas questões fundamentais para buscar permanentemente o que importa às comunidades: onde queremos chegar?; quais as iniciativas que são necessárias para lá chegar?; onde devemos concentrar esforços?

É esta uma possível base de trabalho, um plano, um processo de criação e/ou melhoria contínua de qualidade em instituições escolares. A possibilidade de estabelecer padrões de excelência, definindo valores comuns, reorientando os recursos materiais e humanos, dando uma base coerente ao seu autocontrole e (auto)avaliação.

Deste modo, ordenada e sistematicamente, julgo ser mais facilmente possível às instituições escolares demonstrarem a si próprias que são capazes de superar as suas dificuldades e as dos seus alunos, encarando melhor as suas fraquezas e entendendo-as como oportunidades de melhoria permanente.

Algumas escolas, como a Escola Profissional de Aveiro, já o conseguiram! Todas podem conseguir! O que é preciso é seguir o ditado: ‘junta-te às boas, serás uma delas…’. Isso! As melhores estão juntas e partilham o melhor que têm.
Isso! Tal e qual como nas empresas. Nas boas empresas! Também essas se juntam às melhores! Ou não fosse, hoje (e desde sempre), a partilha a alma do negócio…