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Jovens fazem experiência de miséria até Schoenstatt

Encontramos Pedro Rocha e Melo e José Maria Rebelo caminhando, descontraídos, pelas ruas de Oliveira do Bairro. O cajado que lhes serve de apoio e o casaco ao ombro não os deixam passar despercebidos. Vêm em missão, apenas com a roupa que trazem no corpo, e dirigem-se ao Santuário de Schoenstatt, na Gafanha da Nazaré.
Pedro Melo, 20 anos, e José Rebelo, 17, pertencem ao Movimento Apostólico de Schoenstatt de Lisboa. São dois dos 15 jovens (seis pares e um trio) que partiram da capital na segunda-feira, dia 2, com destino à zona Centro. Cada grupo foi destinado a um local diferente, a cerca de 60 kms de Aveiro. A este par calhou-lhe uma viagem de comboio até Mortágua.
“Estamos a fazer uma experiência de miséria e temos de chegar em quatro dias ao Santuário”, explicam a JB. Nos bolsos apenas o BI e uma folha de papel com leituras e orações para meditação.
A passagem por Oliveira do Bairro acontece depois de uma primeira paragem no Luso, onde foram recebidos pela Associação de Jovens do Luso, dormindo no Centro Paroquial. Na terça-feira rumaram a Oliveira do Bairro, encontrando na Santa Casa da Misericórdia o abrigo ideal para passar a noite.
Pelos cafés vão granjeando alguma generosidade, sob a forma de sopa, bolos e fruta. Assumem a experiência como “uma grande lição de humildade”. “Sabemos o que é estar totalmente dependentes dos outros”, afirma Pedro Melo. “E também nos obriga a pensar que atitude teríamos se fôssemos nós a encontrar dois peregrinos nestas condições, o que lhes estaríamos dispostos a dar”, acrescenta.
Os jovens encaram o desafio como um teste. “É importante aprendermos a não nos deslumbrar com o supérfluo e também a não desesperar se nos virmos numa situação como esta, não tendo nada. Ao mesmo tempo, ajuda-nos a valorizar o que temos em casa: comida, cama, banho, telemóvel e todas as outras mordomias”, adianta Pedro Melo.
“Para quem acredita em Deus, como nós, esta experiência põe-nos totalmente nas mãos Dele e permite-nos ver que Ele está sempre connosco – sempre tivemos comida, dois sítios bons para dormir… Nunca nos sentimos abandonados”, salienta José Maria Rebelo.
De Oliveira do Bairro, partiram em direcção a Aveiro. Na quinta-feira, os vários grupos reuniram-se no Santuário de Schoenstatt, na Gafanha da Nazaré, onde permaneceram, em retiro, até domingo.

Oriana Pataco
oriana@jb.pt